O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que vai conversar com Luís Roberto Barroso, presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para tratar do sumiço do nome de Wilton Quintanilha do Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). Ele é considerado um dos principais líderes do Comando Vermelho e um dos homens mais procurados em operações que ocorreram nesta semana no Rio de Janeiro.
Com o sumiço do seu nome do banco de procurados, Wilton poderia ficar solto caso saísse do estado nesta terça (10). Ele é considerado foragido pela Justiça fluminense, mas seu nome não está disponível no sistema que armazena alvos de mandados de prisão.
“Claro, é grave, evidentemente vou conversar com o CNJ, com o ministro Barroso, que preside o CNJ, e ver no que podemos ajudar”, afirmou Dino. Ele ainda aponta que facções do crime organizado conseguem se infiltrar em sistemas da Justiça, mas não confirmou que esse é o caso.
“Lidamos com infiltrações em vários sistemas institucionais porque infelizmente essas facções foram se fortalecendo ao longo do tempo ao ponto de também conseguirem invadir sistemas, cooptar agentes públicos para suas operações. Claro que não estou afirmando que isso aconteceu, mas isso certamente será investigado”, prosseguiu.
A Polícia Federal pode entrar no caso e investigar o sumiço do nome, caso haja pedido de autoridades ou alguma suspeita sobre o episódio. “Nesse caso, como é outro poder, vamos conversar com o chefe desse poder, que é o ministro Barroso”, aponta.
Dino diz que o BNMP é coordenado pelo Conselho Nacional de Justiça e que sua pasta somente acompanha o sistema por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública.