Dino: Caos no Rio é causado por “facções criminosas ultracapitalizadas”

Atualizado em 29 de outubro de 2025 às 15:46
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, afirmou nesta quarta (29) que o atual cenário de violência no Rio de Janeiro é resultado da “ultracapitalização das facções criminosas”, que teriam alcançado grande poder econômico.

“Por que que está esse caos lá? Porque as facções criminosas estão ultracapitalizadas, certo? E elas se capitalizam como? Só vendendo droga? Não, é dentro do mercado formal”, declarou o ministro durante o Fórum Nacional Brasil Export Infraestrutura 2025.

Segundo Dino, o crime organizado expandiu suas fontes de renda para além do tráfico. “Foi-se o tempo em que as facções criminosas no Brasil viviam apenas de mercado ilegal. Elas são grandes operadoras de garimpo, grandes operadoras no mercado imobiliário e grandes operadoras no mercado de combustível”, afirmou.

O ministro destacou que o enfrentamento à violência exige uma abordagem econômica e estrutural, não apenas policial. Dino, que chefiou o Ministério da Justiça e Segurança Pública no primeiro ano do governo Lula, foi sucedido na pasta por Ricardo Lewandowski.

Policial é socorrido por agentes de saúde em meio a operação contra o CV. Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo

As declarações do ministro foram feitas um dia após a megaoperação da Polícia Civil e Militar nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou em 132 mortes, segundo a Defensoria Pública, sendo considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro. O governo estadual, porém, confirma oficialmente 64 mortes, entre elas quatro policiais.

O governador Cláudio Castro (PL) defendeu a ação e afirmou que ela foi planejada com 60 dias de antecedência, resultado de uma investigação de um ano contra o Comando Vermelho (CV).

“Foi uma operação planejada, que começa com cumprimento de mandado judicial e contou com a participação do Ministério Público. Não é uma operação de alguém que acordou e resolveu fazer uma grande operação”, disse Castro à CNN Brasil.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.