Dino diz que imagens do 8 de janeiro foram apagadas por “problema contratual”

Atualizado em 30 de agosto de 2023 às 21:26
Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Foto: Sérgio Lima

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse nesta quarta-feira (30) que as imagens internas da pasta do dia 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, não existem mais.

Segundo o ministro, as imagens foram apagadas por um “problema contratual”. A empresa que cuidava das gravações não era obrigada a guardar as filmagens por muito tempo.

Logo após os atos antidemocráticos, a Polícia Federal (PF) apreendeu imagens de câmeras posicionadas do lado externo do prédio do Ministério da Justiça para analisar e incluir nas investigações. Essas imagens foram enviadas para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas.

Entretanto, parlamentares da oposição e o presidente do colegiado, deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA), solicitaram vídeos das outras câmeras instaladas na pasta, principalmente as do circuito interno, que na época não foram recolhidas pela PF.

Após anunciar que pediria ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma ordem para que Dino entregasse as filmagens à CPI, Maia foi informado nesta semana que essas imagens não existiam mais. Como os vídeos foram solicitados sete meses após o ocorrido e não foram recolhidos pela PF na época, elas acabaram expirando automaticamente.

Deputado federal Arthur Maia (MDB-BA), presidente da CPMI dos atos golpistas de 8 de janeiro. Foto: Reprodução

Dino afirmou que o secretário-executivo do ministério, Ricardo Cappelli, está tentando obter outras imagens do episódio. “Quando a CPMI disse que as imagens estavam incompletas, o secretário-executivo estava fazendo o que? Buscando essas imagens. Todas as fontes possíveis, celulares e outras câmeras possíveis para tentar ter mais imagens. Embora, frise, são absolutamente irrelevantes para as investigações”, disse.

“As imagens que aparecerem, eventualmente, serão enviadas, porque nós não temos nada para esconder. Nada, rigorosamente nada”, completou.

Segundo o ministro, o mesmo problema aconteceu com algumas imagens capturadas pelo circuito do Senado.

“O mesmo problema aconteceu no Senado. É problema contratual. Eu não sabia disso. Não sou gestor de contrato, sou ministro da Justiça. A Polícia Federal veio aqui e recolheu o que precisava. Só soube agora quais imagens a PF recolheu. Eu não conheço o inquérito, está tudo sob sigilo”, declarou.

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