Dirceu pede ao STF que julgue a suspeição de Moro em seus processos

Atualizado em 13 de janeiro de 2024 às 10:03

O ex-ministro José Dirceu, que ocupou a Casa Civil durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), aproveitou um processo do petista no Supremo Tribunal Federal (STF) para buscar a anulação de duas condenações relacionadas à Operação Lava Jato.  Com informações de Fausto Macedo, no Estadão.

A defesa de Dirceu alega parcialidade do ex-juiz Sergio Moro, atual senador, na sua condenação, semelhante ao reconhecimento feito no caso de Lula pelo STF em 2021. O objetivo é anular sentenças que somam 32 anos de prisão por corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Em seu pedido ao STF, a defesa de Dirceu argumenta que as ações de Moro, questionadas pelos ministros no caso de Lula, também afetaram o ex-ministro, que chegou a ficar dois anos preso preventivamente na Lava Jato.

Alega-se que a investigação e detenção de Dirceu foram parte de um “projeto” da força-tarefa de Curitiba, em alegado “conluio” com Moro, para atingir Lula. Os advogados sustentam que o ex-juiz tinha um “projeto político e pessoal” vinculado à “bancarrota” do PT.

O pedido, endereçado ao ministro Gilmar Mendes, crítico dos métodos da Lava Jato, argumenta que a suspeição reconhecida de Moro deve ser estendida a Dirceu, exigindo a anulação dos processos criminais em curso.

O documento cita conexões entre as acusações e julgamentos de Dirceu e Lula, alegando que ambos eram alvos de uma estratégia conjunta da força-tarefa e do magistrado.

Colaboração extra

Por meio de seu perfil no X (antigo Twitter) o ex-ministro da Casa Civil obteve um apoio que pode trazer elementos importantes para a configuração da suspeição.

O empresário Tony Garcia, que se autodenomina “espião” de Sérgio Moro em diversos processos e agora vive uma cruzada nas redes sociais contra o ex-juiz, manifestou-se em seu perfil dizendo que pode ser testemunha de Dirceu nessa tentativa:

“Posso afirmar e provar perante a justiça que fui OBRIGADO por @SF_Moro em CONLUIO com @deltanmd. Januário Paludo e Carlos Fernando a dar entrevista para a revista Veja em 2005 com acusações FORJADAS por eles imputando culpa a José Dirceu. O roteiro dizia que fui testemunha ocular de dinheiro em espécie dentro de um jatinho, o qual, seria entregue a Zé Dirceu e ao @ptbrasilem SP”, escreveu Garcia. “Caso me recusasse, seria preso e teria acordo quebrado. Diante da gravidade desse acontecimento histórico, me sinto na obrigação de me colocar a disposição da defesa de José Dirceu em me arrolar como testemunha onde apresentarei provas do início da perseguição implacável de Moro, Deltan e MPF-PR contra o PT usando Zé Dirceu. Só posso tornar público essas acusações graças ao Dr. Appio que remeteu meu acordo ao STF, caso contrário, esses criminosos ficariam impunes.”

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