Diretor da PF reclama de “desrespeito” de embaixador de Israel: “Surpresa negativa”

Atualizado em 9 de novembro de 2023 às 12:04
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues. (Foto: Reprodução)

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues, expressou surpresa e mal-estar diante das declarações do embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine.

Na ocasião, Zonshine afirmou que a descoberta de recrutamento pelo Hezbollah no Brasil indicava que “se escolheram o Brasil, é porque tem gente que ajuda” – a PF prendeu duas pessoas suspeitas de planejar atentados contra alvos judaicos no Brasil.

Andrei classificou a declaração como uma “surpresa negativa”, destacando que historicamente há relações entre Brasil e Israel. Ele repudiou completamente a fala, enfatizando o mal-estar causado.

“[Causa mal-estar] a maneira como tá sendo explorado um trabalho técnico [o da PF] e que tem com únicas balizas a Constituição do Brasil e as leis brasileiras”, disse o diretor da PF durante entrevista concedida ao Globo.

Reação de diplomatas

Diplomatas reagiram afirmando que as declarações israelenses sobre a operação serão vistas “sem prioridade”.

Fontes do Itamaraty discordaram das falas e destacaram que o ministro da Justiça, Flávio Dino, já respondeu à altura, explicando a operação e defendendo sua natureza técnica.

O ministro da Justiça, Flávio Dino. (Foto: Reprodução)

No entanto, há um alerta no meio diplomático para não perder tempo nem foco, com ênfase no “foco absoluto nos brasileiros”. A orientação é evitar debates que possam prejudicar os esforços urgentes, como a retirada dos brasileiros de Gaza.

Reabertura da fronteira de Gaza e situação dos estrangeiros

A fronteira da Faixa de Gaza com o Egito foi reaberta para a saída de estrangeiros, mas o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeias, informou que uma nova lista de estrangeiros ainda não foi divulgada.

Os estrangeiros que conseguiram sair nesta quinta-feira (9) estavam nas listas divulgadas na quarta-feira (8), mas tiveram sua saída adiada após o fechamento da fronteira por questões de segurança.

A operação da PF investiga um grupo ligado ao Hezbollah suspeito de planejar atentados contra alvos judaicos no Brasil. Um dos presos afirmou ter sido recrutado por esse grupo, revelando indícios importantes para a investigação.

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