Diretor da PF vai ao STF contra Cid após áudios vazados: “Graves acusações”

Atualizado em 22 de março de 2024 às 12:41
Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal. Foto: reprodução

Nesta sexta-feira (22), o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, respondeu às duras críticas feitas por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, à corporação. Ao Metrópoles, Rodrigues classificou as acusações como “graves” e anunciou que a PF acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para esclarecer os fatos.

“Fomos acusados, representamos ao STF para que as graves acusações sejam esclarecidas”, afirmou Rodrigues em entrevista.

Em resposta, o STF agiu imediatamente. Cid deve ser ouvido ainda nesta sexta-feira pelo juiz-instrutor do gabinete do ministro do STF Alexandre de Moraes, com o objetivo de esclarecer os áudios divulgados.

Nas gravações reveladas pela revista Veja, Cid critica a PF, sugerindo ter sido pressionado durante seu interrogatório para confirmar uma hipótese já preparada pela corporação.

“Eles já estão com a narrativa pronta. Eles não queriam saber a verdade, eles queriam que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu?”, disse Cid em um dos áudios.

Em outra gravação, Cid critica diretamente Alexandre de Moraes. “Ele é a lei. Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser. Com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação”, afirmou.

Cid confirmou a autenticidade dos áudios a interlocutores, alegando que seriam um “desabafo” com um amigo, cujo nome não recordava no momento.

A defesa de Cid classificou os áudios como “clandestinos”, mas enfatizou que o conteúdo seria apenas um desabafo pessoal, sem comprometer a lisura de sua colaboração premiada.

Na semana passada, a coluna de Igor Gadelha, no Metrópoles, noticiou que Cid vinha questionando as “narrativas” da PF em sua delação. Ele solicitou acesso aos vídeos de seus depoimentos, alegando não ter afirmado que Bolsonaro tramou um golpe de Estado e negando ter implicado o presidente na adulteração dos certificados de vacinação contra a Covid-19.

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