A corrida pela Prefeitura do Rio de Janeiro gerou uma divisão na diretoria do Flamengo, causando um racha entre os dirigentes do clube. Os principais pré-candidatos ao cargo, Eduardo Paes e Alexandre Ramagem, alinharam-se a diferentes figuras dentro da instituição, provocando essa divisão.
Cacau Cotta, diretor de Relações Externas do Flamengo, aliou-se ao atual prefeito Eduardo Paes, enquanto Marcos Braz, vice-presidente de futebol do clube, tem sido visto ao lado do deputado federal Alexandre Ramagem, pré-candidato à prefeitura.
O envolvimento dos dirigentes do Flamengo na disputa política é exemplificado pela longa novela envolvendo a construção de um estádio próprio do clube na zona portuária. Paes anunciou a intenção de desapropriar o terreno em questão, mencionando Cacau Cotta, o que ampliou a exposição do diretor ao lado do prefeito.
A polarização na diretoria rubro-negra não é inédita, tendo ocorrido em 2012, quando Patrícia Amorim e Marcos Braz tentaram vagas na Câmara Municipal pelo MDB e PSB, respectivamente, ambos na chapa de Paes.
A intensificação da polarização dentro do clube aconteceu em abril, quando Marcos Braz divulgou uma foto ao lado de Ramagem no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo, um dia após uma reunião entre Paes e o presidente do clube, Rodolfo Landim, sobre a construção do estádio.
O vínculo entre o projeto do estádio e a eleição para prefeito tem sido questionado, com Cacau Cotta enfatizando que o empenho da prefeitura é uma questão de política de longo prazo, não relacionada ao momento eleitoral.
Apesar das associações políticas, os dirigentes do Flamengo mantêm uma relação amistosa, com Marcos Braz já tendo ocupado o cargo de secretário de Esportes durante o segundo mandato de Eduardo Paes.
No entanto, a disputa política não está alheia ao clube, com o embate entre os candidatos refletindo-se até mesmo na diretoria rubro-negra, evidenciando a complexidade das relações entre esporte e política no Rio de Janeiro.