
A Executiva do Diretório Municipal do PT em São Paulo anunciou nesta terça-feira (16) a aprovação do pedido de refiliação de Marta Suplicy à sigla. Além disso, decidiu que não haverá prévias eleitorais para a escolha do candidato a vice na chapa liderada pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) para a Prefeitura de São Paulo, confirmando Marta como vice de Boulos.
A decisão favorável ao retorno de Marta ao PT foi ratificada com 12 votos a favor, um voto contrário, uma abstenção e duas ausências durante a reunião realizada na sede do Diretório Municipal, no centro da capital, com duração de aproximadamente três horas. Com informações do Estadão
Adicionalmente, ficou acordado promover um processo de escuta com membros do partido para assegurar o comprometimento de Marta em defender os princípios do PT. Vale destacar que a ex-prefeita rompeu com o partido em 2015, votando a favor do impeachment de Dilma Rousseff.
A filiação de Marta ainda necessita de formalização, sendo o próximo passo a apresentação do formulário de filiação ao Diretório Municipal. De acordo com o estatuto do PT, o órgão é obrigado a tornar a solicitação pública, abrindo um prazo de sete dias úteis para contestações por parte dos filiados, com igual período para a defesa. A possibilidade de recurso para o Diretório Estadual existe, mas dirigentes petistas afastam essa perspectiva.
No último sábado, 13, Marta Suplicy reuniu-se com Boulos para oficializar a aliança nas eleições à Prefeitura deste ano. O encontro ocorreu no apartamento de Marta no bairro Jardim Paulista e foi descrito por Boulos como “excelente”. Ambos concordam que o principal desafio será construir uma frente democrática para derrotar o bolsonarismo na capital.

Marta ocupava o cargo de secretária municipal de Relações Internacionais na administração de Ricardo Nunes até o último dia 9, quando deixou a função para assumir como vice de Boulos, após convite feito por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão de Marta gerou críticas entre aliados de Nunes, mas o prefeito buscou apaziguar os ânimos, mantendo sua admiração pela ex-secretária.
Para correligionários de Boulos, a escolha de Marta como vice fortalece a chapa psolista, especialmente nas periferias, devido ao “legado social” da ex-prefeita nos anos 2000, com a criação de Centros Educacionais Unificados (CEUs), corredores exclusivos para ônibus e o Bilhete Único, apesar das críticas pela criação de impostos.
Apesar do apoio majoritário, uma ala minoritária dentro do PT critica o retorno de Marta, destacando sua ruptura em 2015 e sugerindo uma votação para decidir sua filiação. A proposta, entretanto, não ganhou força, e a Executiva municipal descartou a realização de prévias, posicionando Marta como vice na chapa de Boulos.