
De acordo com reportagem do site Money Report publicada nesta quinta-feira (7), José Renato da Silva, vice-presidente estadual do PL em São Paulo, foi indiciado pela Polícia Civil por prática de pedofilia. Ele é acusado de abusar sexualmente de duas de suas netas adolescentes desde que as meninas tinham 6 e 7 anos.
A autora da denúncia é a própria filha do dirigente do Partido Liberal, atual legenda do presidente Jair Bolsonaro. Cíntia Lira da Silva é secretária municipal de Administração de Suzano (SP) e filha única do suspeito. Mãe de cinco crianças, ela contou que também era abusada pelo pai durante a infância.
Zé Renato, como é conhecido, foi vereador e presidente da Câmara de Suzano entre 1993 e 1996. Ele é braço direito do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.
Leia abaixo trechos da reportagem:
Até há pouco discreta figura política de respeito capaz de circular em Brasília e vice-presidente estadual do PL em São Paulo, José Renato da Silva (71) é investigado desde abril pela Polícia Civil por agressão sexual contra duas de suas netas adolescentes, em um caso de pedofilia que ocorreria desde que as meninas tinham 6 e 7 anos.
À frente dessa denúncia, a secretária municipal de Administração de Suzano (na Grande São Paulo), Cíntia Lira da Silva. Filha única do próprio suspeito e mãe de cinco, ela diz que só teve forças para enfrentar o pai e padrinho político depois de descobrir que suas duas meninas passavam pelo mesmo que teria sofrido na infância.
Ex-vereador e presidente da Câmara de Suzano (93-96, pelo antigo PMDB), cidade da Grande São Paulo, José Renato era influente na região e usaria sua posição para abafar seus atos.
Homem de confiança e articulador das campanhas do presidente nacional do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto (72), ele chegou a trabalhar colhendo assinaturas para a criação do agora finado Muda Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro tentou lançar antes de se filiar ao PL. (…)
Desespero
O que agora está exposto é uma história de traumas e silêncios depressivos ao longo de 42 anos para a mãe e 9 anos para as filhas. As três começaram a ser abusadas por volta dos 6 anos. O caso seguia em segredo de Justiça e era acompanhado por MONEY REPORT desde abril.
Com Zé Renato indiciado na tarde desta quarta-feira (6), Cíntia foi às redes lançar um desabafo (leia as postagens abaixo). É um relato de dor, desespero e pensamentos suicidas desencadeados a partir de um trivial banho. Mas também é um manifesto poderoso para que tais abusos não sejam silenciados pelo descaso, que surge até na forma de conselhos aparentemente bem-intencionados: “Deixe isso para lá” ou “Pra que mexer mais?”.

A denúncia foi feita em 12 de abril como um caso de violência doméstica e familiar a ser investigado na Delegacia da Mulher de Suzano. Em menos de um dia no fórum da cidade já era comentado que se trataria de abuso e pedofilia.
Como o escândalo teria componentes para causar danos ao PL às vésperas da campanha à reeleição de seu principal quadro, o presidente da República Jair Bolsonaro, José Renato foi isolado politicamente, em uma discreta e eficaz manobra de cancelamento – o que é perfeitamente justificável. Além de vice-presidente estadual, ele era presidente do conselho político do diretório nacional do PL.
Na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), ocupava a chefia de gabinete do deputado André do Prado (PL). Em Suzano, integrava o conselho fiscal da Santa Casa. Sem alarde, foi excluído dos diretórios e substituído na entidade filantrópica. (…)
Questionado ainda em abril, o PL não se manifestou sobre seu filiado e nem quais providências teria adotado. Procurado em duas ocasiões por MONEY REPORT, primeiro Valdemar Costa Neto manteve silêncio absoluto sobre o que estaria acontecendo com o auxiliar, que o ajudou a reerguer o partido após suas condenações no Mensalão e na Lava Jato. (…)
Após 42 anos de silêncio, o desabafo


