
Compra e venda de dólares no Brasil no dia do anúncio do tarifaço de Donald Trump levantou suspeitas de uso de informações privilegiadas no mercado financeiro. Segundo o “Jornal Nacional”, em 9 de julho, horas antes do anúncio oficial de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, uma movimentação bilionária de compra de dólares foi registrada.
Às 13h30, investidores adquiriram entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões a R$ 5,46, e venderam pouco depois do anúncio oficial a R$ 5,60, obtendo lucros de até 50% em três horas.
Spencer Hakimian, gestor de fundo de investimentos em Nova York, afirmou que a transação indica que alguém sabia previamente do tarifaço. O mesmo padrão de movimentação ocorreu em anúncios anteriores de tarifas por Trump contra África do Sul, União Europeia, México e Canadá.
Compra e venda de dólares no dia do anúncio do tarifaço de Trump ao Brasil levanta suspeita de uso de informações privilegiadas.
Operações cambiais renderam lucros milionários em intervalo de 3 horas, antes e depois da divulgação da taxação.
Veja: https://t.co/puiEEmJHw4 #JN pic.twitter.com/NucPdHVnRg
— Jornal Nacional (@jornalnacional) July 19, 2025
O professor Paul Johnson, da Fordham University, declarou que o caso brasileiro demonstra ação baseada em informação privilegiada, embora a chance de investigação seja mínima, já que os órgãos competentes são subordinados ao governo Trump.
Parlamentares democratas nos Estados Unidos expressaram preocupação e pediram investigações, mas não houve avanço no Congresso. Trump, por sua vez, tem plena consciência do impacto de seus anúncios sobre o mercado e já comentou sobre bilionários próximos que lucraram nessas situações.
O controle político sobre o Departamento de Justiça e a SEC dificulta apurações sobre quem lucrou com a desvalorização do real, ampliando a suspeita de que aliados do ex-presidente estejam por trás dessas operações.