
Aliados próximos de Jair Bolsonaro tem se sentido traídos com a articulação entre o Centrão e setores do PL em torno do chamado “projeto de lei da dosimetria”. O movimento, que prevê a redução de penas dos condenados pelos atos de 8 de janeiro, tem gerado revolta no bolsonarismo, já que contraria a defesa da anistia ampla, geral e irrestrita.
Segundo o Blog da Andréia Sadi no g1, aliados têm pedido para que o ex-presidente retire apoio a qualquer iniciativa em que ele não esteja incluído. A ideia é publicar uma carta aberta contra o novo projeto articulado pelo Centrão.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem repetido em entrevistas e nas redes sociais que não aceita outro caminho que não seja a anistia irrestrita. Nos bastidores, ele reforça a posição junto a parlamentares e militantes, defendendo que qualquer acordo diferente significaria uma concessão inaceitável.
Outro aliado que se manifestou foi o empresário Paulo Figueiredo, que acompanha Eduardo nos Estados Unidos. Ele afirmou que a anistia ampla ocorrerá “por bem ou por mal”.

O plano de substituição da anistia pela dosimetria teria o aval de setores do próprio PL, já que essa alternativa enfrenta menos resistência no Senado e é vista como juridicamente mais aceitável pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Na última quinta (18), as negociações ganharam força após declarações de Paulinho da Força, um encontro com Michel Temer e até conversas envolvendo ministros do STF. O cenário acendeu o alerta no núcleo bolsonarista, que agora trabalha para frear a proposta.
O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, afirmou que o partido não apoia a redução de penas. Segundo ele, o relator da proposta estaria defendendo a mudança “sem saber se tem voto” e que a posição oficial continua sendo pela anistia defendida por Bolsonaro desde o início das discussões.
Para Valdemar, o ex-presidente sempre foi claro ao defender a anistia aos condenados de 8 de janeiro. Ele destacou que qualquer negociação precisa respeitar essa linha, ainda que o debate no Congresso tenha dificuldades.