Ditadura Nunca Mais: nem no passado, muito menos no presente. Por Adriano Diogo

Atualizado em 11 de agosto de 2019 às 16:28

 

Vítimas da violência estatal. Foto: Reprodução/CEMDP

Dia 30 de agosto, a partir das 18 horas no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, haverá um ato público junto ao Monumento aos Mortos e Desaparecidos Políticos, vítimas do desaparecimento forçado pelo Estado Brasileiro.

Será um ato de repúdio à desmemória e o negacionismo de nossas raízes históricas.

Vem como um suspiro nesse conturbado mês de agosto, onde o próprio Presidente da República, autoridade máxima do país, fez vários ataques, entre eles, ao presidente da OAB Nacional, Felipe Santa Cruz, cujo pai Fernando Santa Cruz é dado como desaparecido.

Bolsonaro fez alteração na Comissão de Mortos e Desaparecidos que existe há 24 anos, destituindo de maneira ilegal seus integrantes, e também modificou a Comissão Nacional de Anistia colocando um grupo de militares em sua direção para julgar novamente as vítimas do Regime Militar.

Desautorizou documentos oficiais revelados pela Comissão Nacional da Verdade e, por fim, numa cerimônia macabra, recebeu no Palácio Presidencial a viúva do símbolo da tortura e desaparecimento forçado Carlos Alberto Brilhante Ustra.

Nesse contexto, 30 de agosto representa uma data muito significativa e especial, e também é Dia Internacional das vítimas do desaparecimento forçado pela violência do estado Brasileiro.

Convido todos brasileiros que acreditam na importância da democracia para participar deste ato.

Celebrar o luto sim, mas também sua repulsa.

Ditadura Nunca Mais.

Nem no passado, muito menos no presente.

Adriano Diogo é ex-deputado estadual (SP) e ex-presidente da Comissão da Verdade Rubens Paiva.