
O dólar iniciou esta segunda (15) em queda e atingiu R$ 5,30, o menor valor desde junho de 2024. Por volta das 13h, a moeda recuava 0,83%. Já o Ibovespa operava em alta de 1,02%, chegando a 143.724 pontos, acima do recorde da semana anterior. O movimento foi impulsionado pela expectativa de cortes nos juros americanos e pela divulgação de indicadores locais.
A aposta do mercado é que o Federal Reserve (banco central americano) anuncie nesta quarta (17) uma redução de 0,25 ponto percentual nos juros, atualmente entre 4,25% e 4,5%. Esse cenário enfraquece o dólar, já que diminui o retorno dos títulos do Tesouro dos EUA, e fortalece moedas de países emergentes, como o real.
O presidente Donald Trump usou suas redes sociais para pressionar o Fed. Ele pediu que Jerome Powell, presidente da instituição, promova um corte “mais amplo” nas taxas, acusando-o de estar “atrasado” nas decisões. Além da taxa, o banco central americano deve divulgar projeções de longo prazo, incluindo o “dotplot”, que mostra a visão sobre os próximos anos de política monetária.
No Brasil, o Banco Central divulgou o boletim Focus, que reduziu a projeção de inflação para 2025 de 4,85% para 4,83%. Para 2026, a estimativa seguiu em 4,30%. Já a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para 2025 permaneceu em 2,16%, mas a de 2026 caiu de 1,85% para 1,80%. A taxa Selic foi mantida em 15% ao ano, nível atual.

O BC também apresentou o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de julho, que caiu 0,5% frente a junho. Foi o terceiro recuo seguido do indicador, considerado uma prévia do PIB. O resultado veio pior do que a expectativa de queda de 0,2%, reforçando sinais de desaceleração da economia brasileira.
Nas bolsas globais, Wall Street registrou novos recordes intradiários no S&P 500 e no Nasdaq. A Tesla ganhou destaque após a compra de ações pelo CEO Elon Musk. Na Europa, os índices operaram majoritariamente em alta, impulsionados por bancos, enquanto em Londres houve leve queda.
Na Ásia, os mercados apresentaram desempenho misto. O índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu ao maior nível em quatro anos, mas Xangai fechou em baixa. Negociações comerciais entre EUA e China ajudaram a sustentar algum otimismo, especialmente no setor de tecnologia.
Com o câmbio em queda e a bolsa renovando recordes, os investidores acompanham atentos às decisões de bancos centrais pelo mundo. A combinação entre cortes nos juros americanos e ajustes internos será determinante para o rumo do dólar, do real e do mercado acionário brasileiro nos próximos meses.