
O dólar abriu em leve queda nesta segunda-feira (8) após Flávio Bolsonaro (PL-RJ) sinalizar que pode desistir de disputar a Presidência em 2026. A indicação feita no fim de semana reduziu a tensão dos investidores, que ainda monitoram as decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos.
Por volta das 11h20, o dólar recuava 0,70%, para R$ 5,3948. O movimento contrasta com a disparada de 2,33% registrada na sexta-feira (5), quando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou Flávio como seu candidato à Presidência — notícia que elevou a moeda a R$ 5,434.
Segundo Daniel Teles, sócio da Valor Investimentos, a reação ocorreu porque o mercado entendeu que a escolha do ex-capitão prejudicaria o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), preferido da Faria Lima.
“Sob a ótica do mercado, Tarcísio é o candidato mais forte para bater de frente com Lula”, afirmou. Para ele, a divisão da direita aumenta a chance de reeleição do petista.
Além da política, investidores aguardam as reuniões do Banco Central e do Federal Reserve, que começam nesta terça (9). Analistas projetam manutenção da Selic em 15% no Brasil e novo corte de 0,25 ponto percentual nos EUA — o quarto seguido.

Bolsa afundou
Na sexta-feira, o Ibovespa despencou 4,30% e fechou a 157.369 pontos, apagando recordes recentes e registrando a maior queda desde 22 de fevereiro de 2021, quando uma intervenção de Jair Bolsonaro na Petrobras derrubou o valor da companhia.
O índice acumulou queda de 1,07% na semana. A Bolsa iniciou o dia em 164.460 pontos, mas caiu de forma contínua após a divulgação da escolha de Flávio, chegando à mínima de 157.006 pontos por volta das 17h30.
As versões de Flávio para 2026
Desde o anúncio, Flávio Bolsonaro apresentou três versões diferentes sobre seus planos. Na sexta (5), afirmou ter sido escolhido por Jair Bolsonaro como candidato do bolsonarismo. No domingo (7) pela manhã, disse que poderia desistir da disputa mediante um “preço”, sem detalhar qual.
Horas depois, recuou e afirmou que sua candidatura “não tem volta”, revelando que seu “preço” seria “Bolsonaro livre e nas urnas”.
“Meu preço é justiça. E não é só justiça comigo, é justiça com quase 60 milhões de brasileiros que foram sequestrados, estão dentro de um cativeiro, neste momento, junto com o presidente Jair Messias Bolsonaro. Então, óbvio que não tem volta. A minha pré-candidatura à Presidência da República é muito consciente”, disparou.
“A única forma disso [desistência] acontecer é se Bolsonaro estiver livre, nas urnas, caminhando com seus netos, filhos de Eduardo Bolsonaro, pelas ruas de todo o Brasil. Esse é meu preço”, declarou ainda.
Meu preço é @jairbolsonaro LIVRE e na URNA. Ou seja, não tem preço!!!! pic.twitter.com/U84bpS7KkQ
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) December 8, 2025