Dólar recua a R$ 5,27 e Bolsa marca novo recorde com aceno de Trump a Lula

Atualizado em 23 de setembro de 2025 às 20:41
Notas de dólar. Foto: Divulgação

O dólar fechou em queda de 1,10% nesta terça-feira, 23 de setembro, cotado a R$ 5,27, o menor valor em 15 meses. No mesmo dia, o Ibovespa avançou 0,91% e encerrou o pregão aos 146.424 pontos, renovando o oitavo recorde desde julho. O movimento foi impulsionado pelo anúncio de Donald Trump de que se reunirá com Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana.

As declarações foram feitas durante discurso do presidente norte-americano na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Trump afirmou ter tido uma “excelente química” com Lula após breve encontro nos bastidores, quando os dois trocaram rápidas palavras e um abraço. O gesto foi interpretado pelo mercado como sinal de redução nas tensões diplomáticas.

O cenário contrasta com as semanas anteriores, marcadas pela imposição de tarifas de 50% pelos Estados Unidos sobre exportações brasileiras e pela reação negativa ao julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, que resultou em condenação a 23 anos de prisão. O risco de novas sanções vinha pesando sobre os ativos nacionais.

Trump em discurso na ONU. Foto: Timothy A. Clary/AFP

De acordo com analistas, o discurso de Trump reduziu a percepção de risco político e abriu espaço para maior fluxo de capital em ativos brasileiros. O movimento foi reforçado pela valorização das commodities, que impulsionou papéis de empresas como Vale, siderúrgicas e petrolíferas.

Os bancos também figuraram entre as maiores altas do pregão, beneficiados pela queda dos juros futuros, o que melhora a precificação de crédito e spreads. No campo negativo, ações do varejo e de consumo recuaram, refletindo o impacto persistente da taxa Selic elevada, mantida em 15% ao ano pelo Banco Central.

A expectativa agora se volta para a reunião entre Lula e Trump, que segundo o chanceler Mauro Vieira pode ocorrer por videoconferência. Caso confirmada, será o primeiro diálogo direto entre os dois presidentes e pode relançar as negociações sobre tarifas, criando um novo cenário para as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos.