
O dólar encerrou esta segunda-feira (20) em queda de 0,63%, cotado a R$ 5,36, enquanto o Ibovespa subiu 0,77%, aos 144.509 pontos. O movimento acompanhou o cenário internacional de maior apetite por risco, impulsionado pela expectativa de reaproximação entre Estados Unidos e China. O mercado reagiu também à revisão para baixo das projeções de inflação divulgadas no Boletim Focus do Banco Central. Com informações do O Globo.
Nos Estados Unidos, as Bolsas de Nova York registraram forte alta: o Dow Jones avançou 1,12%, o S&P 500 subiu 1,07% e o Nasdaq teve alta de 1,37%. O ânimo veio da temporada de balanços, com 85% das empresas do S&P 500 superando as estimativas de lucro. A melhora foi reforçada pela expectativa de que as tensões comerciais entre Washington e Pequim diminuam com a retomada das negociações entre Donald Trump e Xi Jinping.
A combinação de alívio geopolítico e resultados corporativos positivos estimulou o fluxo de capital estrangeiro para mercados emergentes. Esse movimento favoreceu o real, que foi uma das moedas que mais se valorizaram no dia entre as 31 mais negociadas do mundo.

O mercado espera inflação de 4,7% em 2025, uma redução em relação à projeção anterior. A revisão ajudou a derrubar os juros futuros, favorecendo ações ligadas à economia doméstica. Entre os destaques da Bolsa estiveram Cogna, Yduqs, Cyrela e C&A, com altas entre 2% e 4%.
Especialistas apontam que o chamado carry trade, estratégia em que investidores aplicam recursos em países com juros altos, segue sustentando a valorização do real. A taxa Selic mais elevada, aliada ao cenário externo mais estável, torna o Brasil atraente para o capital estrangeiro de curto prazo.
Com o resultado desta segunda, o Ibovespa acumula ganho na semana e mantém o ritmo de recuperação iniciado no fim de setembro. O mercado segue atento à política monetária brasileira e às possíveis sinalizações do Banco Central sobre o ritmo de cortes da Selic até o fim do ano.