Dólar recua e Bolsa brasileira dispara com expectativa de reunião entre Lula e Trump

Atualizado em 29 de setembro de 2025 às 12:26
Pessoa conta notas de dólares – Foto: Reprodução

O dólar iniciou a semana em queda e a Bolsa brasileira em alta nesta segunda-feira (29). Às 11h25, a moeda americana caía 0,36%, cotada a R$ 5,31, enquanto o Ibovespa subia 0,82%, aos 146.646 pontos, depois de ter batido novo recorde ao alcançar 147.558 pontos no início do pregão. O movimento foi impulsionado por dados econômicos globais e pelo otimismo em torno de uma possível reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump.

Segundo João Vitor Saccardo, da Convexa, o bom humor dos investidores reflete a divulgação do índice de preços de gastos com o consumidor (PCE) nos Estados Unidos. O núcleo do indicador, que desconsidera alimentos e energia, subiu 0,2% em agosto, dentro das expectativas. “Alguns dos principais índices das Bolsas de Nova York também estão subindo, o que impulsiona o Ibovespa”, afirmou. Às 11h, o S&P 500 avançava 0,43% e o Nasdaq, 0,81%.

No Brasil, outro fator que contribuiu para o cenário positivo foi o Boletim Focus do Banco Central, que apontou leve queda nas projeções de inflação. Para 2025, a estimativa passou de 4,83% para 4,81%, e para 2026, de 4,29% para 4,28%. Também houve revisão para baixo nas projeções do câmbio, com a previsão do dólar caindo para R$ 5,48 em 2025 e R$ 5,58 em 2026.

O presidente Lula – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A possível reunião entre Lula e Trump ganhou força após um encontro entre os dois líderes na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. A conversa deve girar em torno das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o que adiciona relevância política ao cenário econômico desta semana.

Nos próximos dias, os investidores estarão atentos a dados do mercado de trabalho americano, como o relatório Jolts, que deve indicar abertura de 7,1 milhões de vagas em agosto, e o payroll de setembro, que deve mostrar a criação de 50 mil postos. Esses números são considerados determinantes para as próximas decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed).

No Brasil, o destaque fica para a divulgação dos dados de crédito do Banco Central e do CAGED, que deve apontar a criação de 198 mil empregos formais em agosto. A semana ainda reserva a PNAD Contínua, com expectativa de queda na taxa de desemprego, e a Produção Industrial, projetada em alta de 0,6% na margem.