Dólar registra queda de mais de 8% no ano e se aproxima dos R$ 4,80

Atualizado em 28 de dezembro de 2023 às 6:37
Cédulas de dólar. (Foto: Reprodução)

O dólar continua sua trajetória de desvalorização neste final de ano, surpreendendo mesmo em um período tipicamente marcado pela saída de fluxo, o que geralmente pressionaria a taxa de câmbio.

Os fatores que contribuem para esse movimento incluem um cenário externo mais favorável, a melhoria das contas externas e a redução das preocupações em relação à diminuição do diferencial de juros entre os Estados Unidos e o Brasil.

Na última quarta-feira (27), a moeda norte-americana encerrou levemente em alta, atingindo R$ 4,83, influenciada pela saída sazonal de fluxo. Entretanto, no acumulado do mês, o dólar apresenta queda de 1,68%, enquanto no ano a desvalorização já ultrapassa 8%, após ter registrado uma redução de 5,32% em 2022.

Cenário internacional

Essa tendência positiva é respaldada pela baixa do dólar no cenário internacional nos últimos meses, à medida que se percebe que o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, encerrou seu ciclo de aumento de juros e pode até reduzir as taxas mais cedo do que inicialmente esperado.

Com a perspectiva de taxas de juros mais baixas nos EUA, os agentes de mercado tendem a buscar mercados alternativos, mesmo que mais arriscados, buscando retornos mais elevados.

Edifício do Federal Reserve, nos EUA. (Foto: Reprodução)

Banco Central e reduções na Selic

O Copom reitera que o atual ritmo de cortes de 0,50 ponto percentual da Selic é apropriado, embora alguns no mercado vejam espaço para uma aceleração nos cortes, considerando a melhora do cenário externo e a queda da atividade.

A postura do BC reduziu as preocupações em relação à redução do diferencial de juros entre Brasil e EUA, sustentando o real. A atração das operações de “carry trade”, que envolvem tomar recursos em países com juros baixos e investi-los em mercados com rendimentos mais altos, continua.

O desempenho positivo do real também é impulsionado pela melhoria nas contas externas, evidenciada pelos superávits recordes na balança comercial brasileira ao longo do ano.

Analistas do BTG Pactual destacam que o superávit comercial robusto, somado a outros fundamentos domésticos e externos, são compatíveis com uma taxa de câmbio de R$ 4,80 no próximo ano.

Expectativas para 2024

As expectativas para 2024 refletem uma melhora gradual, com a estimativa para o dólar ao final deste ano caindo de R$ 4,93 para R$ 4,90 no último boletim Focus do Banco Central. Diversos bancos e corretoras também estão revisando para baixo suas projeções para o câmbio em 2024.

Apesar dos riscos fiscais domésticos, muitos especialistas veem um cenário favorável para o real, respaldado por fatores como o desempenho positivo da balança comercial e a expectativa de cortes de juros nos EUA.

Embora o cenário ainda seja incerto para o câmbio no próximo ano, as perspectivas de uma desvalorização continuada do dólar frente ao real ganham espaço, alinhadas a um ambiente internacional mais propício.

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