Domingo, 11, é o Dia D para o movimento “Fora Temer”. Por José Cássio

Atualizado em 9 de setembro de 2016 às 17:08

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Uma manifestação pedindo a saída do presidente e a convocação de Diretas Já está agendada para às 14h na avenida Paulista. Se o ato for vitorioso, com um número expressivo de pessoas, a tendência é que os próximos se intensifiquem.

Nesta quinta, 8, um grupo de 15 mil pessoas marchou do Largo da Batata até a casa do presidente, no Alto de Pinheiros. O caráter deste ato era mais simbólico, já que a expectativa maior é para as manifestações agendadas nos fins de semanas e feriados.

Basicamente, a passeata chamou a atenção por três coisas: a boa adesão do público, a presença massiva de jovens descolados, e instruídos, e o recuo tático da Polícia Militar nas ações de repressão.

Embora tenha colocado todo seu aparato nas ruas, como carros blindados e centenas de policiais fortemente armados, numa clara ideia de intimidação, a PM desta vez atuou de forma civilizada – apenas acompanhou a marcha sem qualquer incidente.

Bem provável que o comando tenha sentido a repercussão negativa de suas ações no domingo passado, quando prendeu 26 pessoas de forma agressiva e arbitrária.

Não é a primeira vez que a repressão leva a opinião pública a cerrar fileiras ao lado da sociedade.

Os rumos que as passeatas das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo vêm tomando lembram bastante os de junho de 2013, comandados pelo movimento Passe Livre contra o aumento da tarifa do transporte público.

Da mesma forma, começaram tímidas e foram ganhando adesão à medida em que contrariavam o establishment até serem fortemente reprimidas pelo aparato policial.

Depois disso, o movimento cresceu, galgando a simpatia de setores progressistas, seguido dos mais conservadores, da mídia tradicional, até englobar uma verdadeira infinidade de pessoas. O mesmo aconteceu nos anos 1980 com as Diretas Já – aliás, o principal mote das manifestações atuais.

À exemplo da conjuntura que envolvia as Diretas e os atos de junho de 2013, importante ressaltar que próprio governo está ajudando a alimentar os protestos contra Temer. Ele só ocupa a presidência devido ao golpe perpetrado contra Dilma, eleita democraticamente e acusada de um falso crime – Temer, aliás, não tardou para mudar a lei que derrubou a petista a fim de salvar a própria pele.

Some-se a isso medidas impopulares na Previdência e na CLT, para citar apenas algumas delas, contrariando os 54 milhões de eleitores que tiveram seus votos surrupiados por um parlamento desonesto e golpista.

São ações que desagradam não só os eleitores de Dilma, como também qualquer trabalhador, dando a dimensão da nitroglicerina pura que está prestes a explodir nas ruas de todo o país.

Se há alguém que não terá sossego neste fim de semana, esse alguém chama-se Michel Temer.

Vai passar as horas sofrendo para saber como será o ato da Paulista, pois o sucesso dessa manifestação pode ser, sim, o início do fim de seu breve governo.