Dono da Ultrafarma não deve se desesperar. Por Moisés Mendes

Atualizado em 13 de agosto de 2025 às 7:19
Sidney Oliveira, empresário dono da Ultrafarma – Foto: Reprodução

Sidney Oliveira, dono da rede de farmácias Ultrafarma, e Mario Otávio Gomes, diretor do grupo Fast Shop, presos hoje por sonegação e corrupção, deveriam se informar com outros grandes empresários processados por sonegação e contrabando que sempre escaparam do cerco do Ministério Público e do Judiciário.

Grandes sonegadores também foram cercados pela Polícia Federal e pelo MP e conseguiram escapar, alguns por prescrição dos crimes, porque só os crimes deles prescrevem.

Que os dois presos na última terça-feira (12) se informem para saber como grandes sonegadores, alguns delinquentes contumazes e outros engajados ao ativismo político da extrema direita, escapam da Justiça no Brasil.

Mesmo condenados a cumprir prisão, não são presos e ainda não pagam o que devem. Que os novos presidiários não percam a esperança. Entrem no Google e pesquisem. Há casos exemplares de impunidade.

Está na capa da Fórum: Sidney Oliveira é patrocinador da bolsonarista RedeTV e apoiou Ricardo Nunes. Até pouco tempo isso dava imunidade, hoje talvez não mais.

Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo, e Sidney Oliveira, empresário dono da Ultrafarma – Foto: Reprodução/Redes sociais

Mas o dono da Ultrafarma sabe que remédio tomar nesses casos. Nem precisa de receita médica. É só aumentar a dose.

(Oliveira deixou furos que outros grandes sonegadores profissionais não deixam. Um auditor fiscal de São Paulo, do alto escalão da Secretaria da Fazenda, seria o chefe de um esquema de fraudes em créditos tributários que teria arrecadado em propinas cerca de R$ 1 bilhão desde 2021. O auditor é Artur Gomes da Silva Neto e também foi preso na operação. Silva Neto trabalhava para Oliveira. Como a polícia e o MP chegaram ao caso? Porque, claro, outros auditores denunciaram. E porque 99,9% dos servidores públicos nunca irão agir em conluio com milionários sonegadores.)

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Preparem-se para mais notícias semelhantes ainda esse ano. As instituições estão voltando a funcionar, depois do apagão deliberado do governo bolsonarista, que atingiu da Procuradoria-Geral da República à Polícia Federal.

Que grandes mafiosos impunes, muitos ainda sob a proteção do fascismo, sejam finalmente alcançados pelo sistema de Justiça.

Que o fim da blindagem da extrema direita tire da toca sonegadores, agiotas, contrabandistas e assemelhados.

Que deixem de cercar apenas pobres e negros.

Moisés Mendes
Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim) - https://www.blogdomoisesmendes.com.br/