Doria deixa a prefeitura de SP com uma marca: o rosto ensanguentado de uma professora. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 14 de março de 2018 às 22:07

A marca da gestão Doria

João Doria deixou, enfim, uma marca como prefeito de São Paulo.

É algo que vai acompanhá-lo em sua nova aventura, agora rumo ao governo de São Paulo — isso se não atropelar Alckmin em sua campanha medíocre a caminho do Planalto.

Não é a “Cidade Linda”, não são os muros cinzas, não é a farinata, não é a compulsão pelas mídias sociais, não é o casamento com o MBL.

É o rosto ensanguentado da professora espancada pela Guarda Civil Metropolitana e pela PM nas dependências da Câmara Municipal.

(Peço perdão por não declinar seu nome)

Essa é a marca de João Doria: a violência, a falta de empatia, a bravata, a covardia.

Os professores da rede municipal, em greve há seis dias, estavam sendo impedidos de acompanhar a sessão que podia aprovar o projeto de aumento da alíquota de contribuição da Previdência (foi aprovado).

Houve empurra, empurra, os manifestantes entraram e foram recebidos no melhor estilo tucano.

A imensa maioria eram mulheres. Foram massacradas.

Mesmo assim, Doria conseguiu culpar as vítimas.

“Houve uma invasão, é preciso estar claro”, disse.

“Aliás, não foi um convite [feito aos professores], foi uma invasão, o que não justifica nenhum tipo de violência – nem da parte que invade, nem da parte que é invadida. A prefeitura, a figura do prefeito, não justifica nem ampara nenhum tipo de invasão, mas condena a invasão”.

Nem uma palavra de amparo ou consolo à mulher que saiu em choque, o nariz quebrado, diretamente para o hospital.

Nada.

Esse é o sujeito que usa a maior cidade do Brasil como trampolim para sabe Deus o quê.

Essa é sua marca.