A relação entre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro (Podemos), tem esfriado. Marcando 1% na pesquisa da Quaest/Genial divulgada nesta segunda-feira (21), Doria cortou as relações frequentes com o ex-juiz, que atingiu 5% na pesquisa, por este estar estagnado nas intenções de voto.
Ambos já afirmaram publicamente que negociam uma aliança para o pleito deste ano, mas, nas últimas semanas, a possibilidade de um ser vice do outro passou a ser vista nos bastidores como cada dia mais reduzida.
De acordo com o jornalista Matheus Teixeira, em reportagem da Folha, a estagnação de Moro nas pesquisas é apontada por interlocutores tucanos como um dos fatores que levou Doria a mudar de estratégia e se afastar do ex-ministro da Justiça do presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com um estudo do Dieese, Moro destruiu 4,4 milhões de empregos, ao quebrar praticamente todas as grandes construtoras brasileiras.
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Moro cai nas pesquisas
Logo após o lançamento da candidatura ao Palácio do Planalto, o ex-juiz chegou a aparecer com dois dígitos em algumas pesquisas e gerou a expectativa de que poderia se consolidar como o único capaz de vencer o atual chefe do Executivo e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Cinco meses depois de se lançar ao Planalto, no entanto, Moro oscilou para baixo nas pesquisas. Ele enfrentou desgastes com correligionários e não conseguiu atrair aliados de peso para seu partido. Doria também disse que os áudios sexistas de Arthur do Val, o Mamãe Falei, então candidato de Moro ao governo de São Paulo, “fragilizou” a campanha do ex-ministro.
O novo cenário alterou a avaliação do grupo de Doria sobre o ex-juiz. Aliados também passaram a tratar o governador paulista de forma diferente. Apesar de afirmarem publicamente que mantêm disposição em formar uma aliança, o candidato do PSDB iniciou um processo de descolamento da imagem de Moro.
“Machucou, na minha visão, a candidatura do Sergio Moro. Ainda que ele tenha tido a atitude correta. A meu ver, de repugnar e condenar os áudios e a postura do Arthur do Val. Mas feriu a candidatura dele e feriu também o Podemos”, disse Doria.