Dossiê anônimo pede ao MPF retaliação a estudantes da UniRio por ‘subversão’

Atualizado em 6 de fevereiro de 2019 às 13:55

Um aluno da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) montou um dossiê contendo informações pessoais de outros 16 estudantes da mesma instituição acusando-os de incentivar “atos de terrorismo” e fazer parte de “grupos subversivos”, informa a Rede Brasil Atual.

O dossiê foi enviado ao Ministério Público Federal (MPF), que agora pede esclarecimentos à reitoria da UniRio sobre as situações relatadas.

Além de investigar por conta própria e invadir a privacidade dos alunos – que ele chama de “vagabundos” –, incluindo nome, endereço, foto, telefone, e número de documentos pessoais, o denunciante se baseia e inverte a mesma lógica da perseguição de que se diz vítima, acusando de perseguirem colegas por motivações políticas, sem apresentar qualquer prova para os supostos crimes alegados. O acusador sugere a quebra de sigilo telefônico e de aplicativos de troca de mensagens para aí então serem obtidas as provas.

A Rádio Brasil Atual teve acesso ao dossiê e a jornalista Marilu Cabañas conversou nesta quarta-feira (6) com o secretário-geral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio, Álvaro Quintão, a respeito do pedido de explicações à UniRio. Para ele, montagem de dossiês com acusações políticas contra pessoas não remete a práticas apenas do período recente da ditadura civil-militar no país, mas do século 17, quando não havia liberdade de opinião.

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Foto: reprodução