
Segundo o jornal britânico Mail on Sunday, a cantora Dua Lipa dispensou seu agente depois que ele assinou uma carta pedindo que o grupo irlandês pró-Palestina Kneecap fosse retirado do festival Glastonbury.
A carta, enviada ao fundador do evento, Michael Eavis, foi assinada por profissionais da indústria musical e artistas. O texto, no entanto, vazou, gerou críticas de outros nomes do setor e não teve efeito: o Kneecap se apresentou normalmente no festival.
Entre os signatários estava David Levy, agente da cantora na agência WME. De acordo com a publicação, citando uma fonte do meio musical, a decisão de Dua Lipa teria relação direta com sua postura pró-Palestina, considerada incompatível com a posição de Levy.
Dua Lipa demitiu seu agente, David Levy, após ele assinar uma carta que pedia o cancelamento de uma apresentação de um grupo pró-Palestina. pic.twitter.com/Tb5dI5QRnI
— poponze (@poponze) September 21, 2025
“Ela o vê como apoiador da guerra de Israel em Gaza e do tratamento terrível dado aos palestinos, algo que ficou evidente pela carta assinada e enviada a Michael Eavis”, disse a fonte ao jornal.
O Kneecap tem enfrentado polêmicas relacionadas a acusações de apoio ao Hezbollah e ao Hamas, o que nega. Em maio, Liam Óg Ó hAnnaidh (Mo Chara) foi acusado de delito ligado à legislação antiterrorismo do Reino Unido por supostamente exibir uma bandeira do Hezbollah em um show. O caso segue na Justiça.
Na semana passada, o grupo criticou o governo do Canadá por barrar sua entrada no país sob alegação de incitação à violência política. Os rappers reagiram, chamando as declarações de “falsas e maliciosas”, e anunciaram possível ação judicial contra o parlamentar liberal Vince Gasparro.
O episódio acontece em meio a um movimento crescente de músicos em apoio à causa palestina. Na sexta-feira, mais de 400 artistas e gravadoras aderiram à iniciativa “No Music for Genocide”, retirando suas músicas de Israel em protesto contra a guerra em Gaza e o que chamam de “limpeza étnica na Cisjordânia ocupada”.