Durante missa de policiais, Castro diz que “não haverá recuo” após chacina no Rio

Atualizado em 6 de novembro de 2025 às 23:14
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), sério, olhando pra baixo
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) – Reprodução

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou nesta quinta-feira (6) que “não haverá recuo” após a chacina promovida na capital fluminense na semana passada, que terminou com 121 mortos. A declaração foi feita durante a missa de sétimo dia dos quatro policiais que morreram na ação.

Durante o discurso, Castro chamou os agentes mortos de “heróis” e destacou que eles representariam o início de um “novo tempo” na segurança do estado. “Não tenham dúvidas que esses que hoje deixam saudade no coração de vocês começaram um novo tempo no Rio de Janeiro. Que essas lágrimas virem força e exemplos de guerreiros que cumpriram a missão até o último dia”, disse.

A operação, deflagrada contra o Comando Vermelho no Complexo da Penha, deixou 121 mortos, incluindo quatro policiais. O número supera o massacre do Carandiru, ocorrido em 1992, quando 111 detentos foram mortos em São Paulo. Após a ação, moradores encontraram dezenas de corpos em uma área de mata na Serra da Misericórdia.

Imagem de megaoperação no Rio
Registro de mortos durante megaoperação no Rio – Tomaz Silva/Agência Brasil

De acordo com a Polícia Civil, 43 dos mortos tinham mandados de prisão em aberto e 97 possuíam histórico criminal. Outros 17 não tinham antecedentes, mas 12 apresentaram, segundo a corporação, “indícios de envolvimento com o tráfico” em redes sociais.

A polícia informou ainda que 62 dos suspeitos mortos eram de outros estados, incluindo 19 do Pará, 12 da Bahia, nove do Amazonas, nove de Goiás e quatro do Ceará. Também havia registros de pessoas do Espírito Santo, Paraíba, Maranhão, Mato Grosso, São Paulo e Distrito Federal.

O Instituto Médico-Legal Afrânio Peixoto foi fechado para atender exclusivamente as vítimas da operação. A Defensoria Pública montou um posto de atendimento para auxiliar familiares na identificação dos corpos e na regularização da documentação necessária.

Jessica Alexandrino
Jessica Alexandrino é jornalista e trabalha no DCM desde 2022. Sempre gostou muito de escrever e decidiu que profissão queria seguir antes mesmo de ingressar no Ensino Médio. Tem passagens por outros portais de notícias e emissoras de TV, mas nas horas vagas gosta de viajar, assistir novelas e jogar tênis.