#OcupeWhatsApp
A campanha petista diagnosticou bem onde Bolsonaro cresce: na podridão das correntes de WhatsApp.
É um espaço imune a fiscalização e checagem da veracidade das informações, onde as mensagens assumem o tom de realidade.
Esqueçam Facebook, Twitter e outras plataformas. São áreas de elaboração intelectual e, aparentemente, sem influência frente ao impacto dos grupos nos quais a mentira sobrevive e se retroalimenta.
O boato, a montagem e o meme enterram as zonas públicas de debate e demolem a propaganda tradicional.
Subvertem a luta civilizatória, transformam conquistas em pânico e distorcem movimentos pelo bem social em ataques à família, à propriedade e aos “bons costumes” – a trinca e o refúgio dos alienados.
A mobilização do #elenão das mulheres, no WhatsApp, virou pregação pelo vale tudo do sexo e contra dogmas religiosos – sejam quais forem, não importa, o poder de convencimento mora na crítica infundada.
Nas listas, Fernando Haddad é favorável a estupro de crianças, o PT defende a ditadura e a venezuelização já existe – e pouco interessa quem disse: a corrente sepultou a fonte.
Tudo embalado sob um discurso messiânico e fajuto de Bolsonaro como herói na cruzada contra um difuso sistema de privilégios do qual, paradoxalmente, ele se origina, faz parte e beneficia.
Esse lixo fascistóide se soma à narrativa arquitetada pelos meios midiáticos tradicionais – para quem o PT é o demônio – e forma a bomba de medo ideal para convencer os mais assustados, frágeis e indecisos.
A constatação obriga mudança imediata do campo progressista em relação ao envolvimento coletivo nos grupos de WhatsApp.
Para frear o bolsonarismo, é preciso descer do pedestal intelectual e lutar no terreno da conversa cotidiana, da família e dos amigos.
Em vez de sair e evitar o atrito, é necessário partir para o confronto, rebater inverdades e desmascarar a agenda fascista, preconceituosa e anti-pobre.
Nosso futuro está na palma da mão.