
Em São Paulo não foi o 2º e sim o 3° ato contra os cortes na Educação.
Em clima de revolta (“ô Bolsonaro, seu imbecil, eu quero livro, não preciso de fuzil”), mas desfalcado daqueles que de fato se intimidaram com a fala do ministro na véspera do ato sugerindo que o ponto seria cortado, o DCM conversou com o deputado Paulo Teixeira, presente na manifestação.
Como se define um governo que promove um desmonte na educação?
“É um governo que entrega o país. Através da educação é que se cria conhecimento, se desenvolve uma economia sofisticada, transforma-se em potência. Esse governo, ao desmontar a educação, tem como objetivo entregar o país ao capital estrangeiro. Veja o presidente da república prestando continência à bandeira americana.”
Não é incompetência simplesmente de quem nem sabe escrever direito e fica fazendo vídeos pretensamente engraçadinhos?
“Não é incompetência, é uma política que tem como finalidade destruir a produção de ciência e tecnologia para voltarmos a ser colônia que exporta produtos primários, que exporta minério de ferro, carne, soja e que compra a tecnologia de fora. Estamos aceitando o papel de subordinação, que nos rebaixa. No governo Lula construímos a proposta de soberania e agora estamos aceitando o projeto de Bolsonaro que é o rebaixamento do Brasil.”
O Ministério Público Federal ajuizou uma ação contra o ministro Abraham Weintraub e contra a União por danos morais coletivos pelos pronunciamentos consideradas ofensivas a alunos e professores. Mas e os cortes, será possível reverter?
“É por isso que estamos aqui. Uma pesquisa que esteja sendo desenvolvida e você a paralisa, você mata o resultado. Portanto esses cortes trarão enormes prejuízos e eles têm que responder criminalmente pelos prejuízos que estão provocando.”
É difícil pinçar um único ministro que simbolize o bolsonarismo, pois todos eles são extremamente identificados com a idiocracia. Mas o ministro da Educação talvez seja o representante perfeito.
Ele que diz ser leitor de “kafta”, que escreve “insitar”, declara “ ‘haviam’ emendas” (lembre-se, ele é ministro da Educação!!), que faz demonstrações utilizando chocolates e vídeos abobados para declarações idem, tem se revelado alguém pior que seu antecessor, o colombiano Velez.
Autoritário, pratica coações sem nenhum amparo legal ao proibir que não apenas docentes, mas também pais divulguem sobre os protestos e incentiva alunos a filmarem e denunciarem professores.
Weintraub está colocando em prática o Escola Sem Partido e vai colher o que está plantando. A Procuradoria Geral da República afirmou que irá questioná-lo. As falas tresloucadas do ministro ferem o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Também nos próximos dias o deputado Idílio Alencar irá levar o caso ao colegiado da Comissão de Educação e ainda um encontro na USP de ex-ministros da Educação como José Goldemberg e Fernando Haddad debaterá as sandices de Abraham e devem elaborar uma carta.
O governo Bolsonaro não tem feito nada além de afrontar diariamente a Constituição e, como disse o deputado Paulo Teixeira, estamos aceitando. Até quando?


