É urgente marcar o julgamento de Bolsonaro no STF, com fim do prazo para defesas

Atualizado em 14 de agosto de 2025 às 13:13
Jair Bolsonaro durante depoimento no STF. Foto: Gustavo Moreno/STF

O prazo para apresentação das defesas no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado acabou. Agora, não há motivo para esperar: o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro precisa ser marcado imediatamente. O relator, ministro Alexandre de Moraes, já está apto a solicitar ao presidente da Primeira Turma do Supremo, Cristiano Zanin, que defina a data.

O caso é de máxima gravidade. A Procuradoria-Geral da República aponta Bolsonaro como “principal articulador, maior beneficiário e autor” das ações que visavam romper o Estado Democrático de Direito, ao lado de outros sete réus classificados como parte do núcleo central da trama golpista.

Nos bastidores, ministros lembram que Zanin, desde que assumiu a presidência da Primeira Turma, costuma deixar pelo menos cinco dias entre a inclusão do caso na pauta e o julgamento. Embora isso não seja exigência regimental, a prática já leva à expectativa de que a análise só aconteça no início de setembro.

Enquanto isso, a defesa de Bolsonaro aposta em estratégias para adiar qualquer decisão: espera que, em caso de condenação, seja concedida prisão domiciliar e conta com um eventual pedido de vista, possivelmente do ministro Luiz Fux, para empurrar o desfecho para frente.

A demora só favorece a narrativa de quem tenta desacreditar a Justiça. Com o prazo encerrado, a sociedade tem o direito de ver este processo avançar com celeridade. O STF deve agir agora — marcar o julgamento é um passo essencial para mostrar que ataques à democracia não ficam sem resposta.

Fux, ministro do STF, e Bolsonaro. Foto: reprodução