
Esta é a chamada de capa da Folha sobre dois indicadores da recuperação da economia brasileira:
“Bolsa dispara quase 34% em 2025, em sua mais forte alta desde 2016”

Logo abaixo deste título, a Folha informa:
“Na contramão, dólar cai 11,19% no ano”
Como na contramão? Mas o que importa é que logo abaixo dessa chamada do dólar caindo, tem este título bem destacado:
“The Economist diz que Lula não deveria disputar reeleição para a Presidência no ano que vem”

A Folha dá informações decisivas para que se compreenda a pujança da economia (poderia ter acrescentado a inflação sob controle e o recorde na criação de empregos) e logo a seguir dá espaço para que a revista britânica do liberalismo diga que Lula deve desistir de 2026.
O editor fez uma sacanagem com a própria Folha, ao mostrar que Lula faz milagres, com juro de 15% imposto pelo Banco central, e ao mesmo tempo publicar um apelo de uma revista estrangeira contra o autor do milagre.
Parece não ter e não tem mesmo nenhum sentido. O principal argumento da Economist é este, que está em resumo na capa da Folha:
“Revista britânica menciona idade do petista, ausência de sucessor e risco institucional”
Entenderam? Pede que Lula desista, mas admite que não há sucessor e fala em risco institucional, porque a direita pode querer de novo derrubar Lula em 2026. Por estar velho.
É o que a revista sugere. Que Lula não teria como enfrentar, em mais um mandato, as afrontas da direita. Lula deve se aposentar, para que o fascismo desista de querer golpeá-lo, porque é um homem velho, comparado até a Joe Biden.
O homem que recuperou o país que Bolsonaro quebrou e que injetou confiança nas pessoas (69% dos brasileiros projetam melhora na situação pessoal em 2026, segundo o Datafolha), deve desistir e entregar o governo a outros mais jovens.
E a revista cita Tarcísio de Freitas e Flavio Bolsonaro. Só faltou dizer que, além de Lula, também Alexandre de Moraes deve antecipar a aposentadoria, porque a Economist, o bolsonarismo e Malu Gaspar assim desejam.