Edifício Joelma: incêndio que deixou 187 mortos em SP completa 50 anos; relembre

Atualizado em 1 de fevereiro de 2024 às 14:46
Edifício Joelma: incêndio deixou 187 mortos, em 1974. Foto: Antonio Carlos Piccino/Agência O Globo

Há exatos 50 anos, São Paulo vivenciou uma das maiores tragédias de sua história: o incêndio no Edifício Joelma, no Vale do Anhangabaú, no Centro. O fatídico evento ocorreu em 1º de fevereiro de 1974, resultando em 187 mortos e mais de 300 feridos. Para marcar essa data, a cidade presta homenagens às vítimas e reconhece a bravura de bombeiros que arriscaram suas vidas para salvar outros.

O incêndio começou com um curto-circuito no ar-condicionado do 12º andar, rapidamente se propagando por cortinas e carpetes. A falta de proteção na fachada contribuiu para a rápida propagação das chamas. O Joelma, um dos prédios mais altos da cidade na época, foi construído apenas três anos antes.

No momento do incêndio, os escritórios estavam ocupados, e os esforços de resgate foram intensificados. Helicópteros tentaram pousar no topo do prédio, mas a falta de heliponto e escadas de incêndio dificultaram a operação. A tragédia resultou em explosões de botijões de gás, lançando blocos de paredes e causando estragos.

O incêndio consumiu o edifício por mais de três horas, destruindo 14 pavimentos. Pessoas que buscaram refúgio no terraço, por falta de opções de escape, enfrentaram um destino trágico, com mais de 60 delas morrendo carbonizadas ou se atirando do prédio. As imagens do incêndio foram transmitidas pelo “Jornal Nacional”, destacando a queda de um homem do último andar.

Após a tragédia, o Edifício Joelma passou por reformas e teve sua segurança reforçada. O evento serviu de alerta para a falta de estrutura em edifícios, resultando na criação da primeira legislação de segurança na cidade, regulamentando a prevenção e combate a incêndios.

Um ano depois, a Justiça de São Paulo considerou o incêndio criminoso devido às instalações elétricas precárias, condenando profissionais por imperícia, negligência e omissão. Para marcar o cinquentenário da tragédia, a Câmara Municipal de São Paulo entrega o Prêmio Coronel Hélio Barbosa Caldas, homenageando 11 bombeiros que arriscaram suas vidas no combate ao incêndio. Os homenageados, atualmente entre 70 e 90 anos, receberão o reconhecimento em uma cerimônia realizada nesta quinta-feira.

Eduardo Boanerges, um dos homenageados após 50 anos do incêndio. Foto: reprodução

Veja a lista dos bombeiros homenageados:

Lisias Campos Vieira, 72 anos;
Eduardo Boanerges Soares Barbosa, 77 anos;
Augusto Carlos Cassaniga, 83 anos;
Rufino Rodrigues de Oliveira, 92 anos;
Luiz Alves Grangeiro, 78 anos;
Francisco Assis dos Santos, 77 anos;
Pedro Ortiz Caceres, 74 anos;
Roberto Silva, 81 anos;
João Simão de Souza, 73 anos;
Franclin de Jesus Ferreira, 75 anos;
Celio Moterani, 76 anos.

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