Edir Macedo deseja abandonar Bolsonaro e inclinar Universal para Lula, dizem religiosos

Atualizado em 15 de setembro de 2022 às 13:35
O bispo evangélico Edir Macedo Bezerra
Foto: Reprodução/Redes Sociais

O líder da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo Bezerra, está se preparando para abandonar a candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro (PL). Tendo em vista a possível vitória do ex-presidente e candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o bispo deseja “pular do barco”.

As informações foram obtidas por um bispo da Universal em conversas privadas. Ex-pastores e outros religiosos confirmaram o conteúdo ao site The Intercept Brasil.

Em 2018, Macedo também “pulou do barco” na véspera do início da campanha de seu então candidato à Presidência, Geraldo Alckmin, que estava no PSDB. Por coincidência, atualmente, Alckmin é candidato a vice-presidente na chapa com Lula.

Para as eleições desse ano, a igreja decidiu não apoiar ninguém no primeiro turno. Como proposta para a segunda etapa do pleito, a instituição iria embarcar para os dois lados da polarização, fazendo um jogo duplo e liberando bispos e pastores candidatos da igreja para solicitar o voto de fiéis ao petista.

O bispo evangélico não quer arriscar perder as verbas publicitárias da Record, vindas do governo federal, após declarar apoio para Lula. A emissora foi a mais beneficiada pela publicidade federal no começo do governo, porém, ao final do ano de 2021, a Globo retomou a liderança, já que Bolsonaro também precisou da emissora carioca para suas realizações.

O ex-presidente Lula e Edir Macedo
Foto: Reprodução

Levando em conta a situação, nesse caso, Bolsonaro deixará de ser enaltecido, e Lula não será mais criticado nos meios de comunicação ligados à Universal. Dessa forma, Edir Macedo acredita que ficará bem com qualquer um que seja eleito.

A estratégia aderida pelo bispo vazou após conversas que teriam sido mantidas, em julho, por dirigentes da campanha petista com o ex-deputado federal Bispo Rodrigues, homem de confiança de Macedo e um dos poucos remanescentes do núcleo fundador da Universal.

Segundo religiosos ouvidos pela fonte, o candidato do PT teria marcado um encontro com Macedo para comentar sobre as eleições, mas o bispo não quis recebê-lo. Macedo então indicou Rodrigues, que foi coordenador político da igreja durante muitos anos, para atender os mensageiros petistas.

Em 2006, Rodrigues foi preso na operação Sanguessuga, um esquema de compra de ambulâncias superfaturadas. E foi preso novamente em 2013, após condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do mensalão. Oficialmente, Rodrigues foi afastado.

De acordo com integrantes da instituição, Rodrigues continua marcando expediente na sede da igreja no Rio. A coordenação política da Universal, passou o cargo de Rodrigues para o bispo Marcos Pereira, deputado federal e presidente do Republicanos. O atual coordenador político da igreja é o bispo Alessandro Paschoal.

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