
À medida que se aproxima o julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), no processo sobre a tentativa de golpe de Estado, o deputado Eduardo Bolsonaro publicou nas redes sociais uma mensagem direcionada a aliados que defendem a retirada do pai da corrida presidencial de 2026.
Para o parlamentar, que está radicado nos Estados Unidos desde fevereiro, qualquer articulação nesse sentido não será admitida nem considerada um gesto de apoio ao ex-presidente.
“Há uma curiosidade no ar: quanto mais próximo do julgamento do meu pai, mais pessoas têm falado sobre substituí-lo na corrida presidencial. E, de maneira descarada, essas mesmas pessoas ainda dizem que é para o bem de Bolsonaro, porque o apoiam. Se houver necessidade de substituir JB, isso não será feito pela força nem com base em chantagem”, escreveu Eduardo.
O deputado afirmou que os movimentos por uma eventual substituição soam como tentativa de pressionar a família Bolsonaro em um momento de fragilidade.
“Acho que já deixei claro que não me submeto a chantagens. Qualquer decisão política será tomada por nós. Não adianta vir com o papo de ‘única salvação’, porque não iremos nos submeter. Não há ganho estratégico em fazer esse anúncio agora, a poucos dias do seu injusto julgamento”, declarou.
Há uma curiosidade no ar: quanto mais próximo do julgamento do meu pai, mais pessoas têm falado sobre substituí-lo na corrida presidencial.
E, de maneira descarada, essas mesmas pessoas ainda dizem que é para o bem de Bolsonaro, porque o apoiam.
Se houver necessidade de… pic.twitter.com/qAcagef4yv
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) August 26, 2025
Eduardo também comparou o julgamento no STF a uma forma de coerção contra Bolsonaro, que pode impactar sua elegibilidade em 2026. Segundo ele, a ação judicial funciona como “faca no pescoço” do ex-presidente, pressionando-o a desistir da corrida presidencial antes do tempo.
“O julgamento é a faca no pescoço de JB, é o ‘meio de pressão eficaz’ para forçar Bolsonaro a tomar uma decisão da qual não possa mais voltar atrás. Quem compactua com essa nojeira pode repetir mil vezes que é pró-Bolsonaro, mas não será percebido como apoiador e muito menos como merecedor dos votos bolsonaristas”, afirmou.
No mesmo texto, Eduardo ressaltou que não pretende criar divisões dentro da direita, mas advertiu que qualquer tentativa de forçar a saída de seu pai do cenário eleitoral será considerada traição. “São com atitudes – e não com palavras – que mostramos quem somos. Antes de mais nada, caminhar com Bolsonaro significa ter princípios, coerência e valores”, disse.
Ele ainda reforçou que a decisão sobre os próximos passos políticos caberá exclusivamente ao núcleo familiar e aos aliados mais próximos. “Aviso desde já, para depois não virem com a ladainha de que eu estou desunindo a direita ou sendo radical: na base da chantagem vocês não irão levar nada”, concluiu.