
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta segunda-feira (17), pelas redes sociais, que sente “orgulho” por ter sido transformado em réu pelo Supremo Tribunal Federal. Na semana anterior, a Primeira Turma da Corte decidiu, por unanimidade, receber a denúncia da Procuradoria-Geral da República por obstrução no processo que apura a trama golpista.
Relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes abriu a votação e defendeu a abertura da ação penal contra o parlamentar. Os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia acompanharam o voto. Após a decisão, Eduardo escreveu que “ser chamado de réu num país onde esta mesma Suprema Corte, que me processa, solta bandidos é motivo de orgulho”.
Nas redes, o deputado afirmou: “E os que celebram esta notícia são pobres de espírito, frutos de sua própria ignorância. Que Deus tenha piedade”. O caso envolve também o blogueiro Paulo Figueiredo, citado na denúncia da PGR como participante das articulações.
Ser chamado de réu num país onde esta mesma suprema corte, que me processa, solta bandidos é motivo de orgulho.
E os que celebram esta notícia são pobres de espírito, frutos de sua própria ignorância. Que Deus tenha piedade. pic.twitter.com/8ZkJojQpV3
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) November 17, 2025
Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, Eduardo Bolsonaro e o blogueiro Paulo Figueiredo atuaram nos Estados Unidos para promover sanções contra ministros do STF. No documento, Gonet informa que a iniciativa buscava pressionar o tribunal a não condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro no processo sobre a tentativa de golpe. O ex-mandatário foi sentenciado pela Primeira Turma a 27 anos e 3 meses de prisão.
De acordo com a denúncia, Eduardo e Figueiredo recorreram a contatos com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para solicitar medidas destinadas a “constranger a atuação jurisdicional” do STF. Entre as ações mencionadas estavam restrições previstas na Lei Magnitsky, como o cancelamento de vistos e limitações financeiras a ministros da Corte.
Com a abertura da ação penal, o STF passa a ter a possibilidade de solicitar a extradição do deputado antes mesmo do julgamento do mérito. O pedido, caso seja formalizado, dependerá da cooperação do governo Trump, que já havia adotado sanções contra ministros do Supremo em anos anteriores.