Eduardo Bolsonaro ataca Nikolas por não ajudar a família como ele queria

Atualizado em 25 de julho de 2025 às 12:33
Deputados Eduardo Bolsonaro e Nikolas Ferreira. Foto: Divulgação

A atuação política de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos tem provocado reações negativas entre aliados no Brasil e aprofundado divisões dentro do campo bolsonarista. O deputado, que vive atualmente em solo americano, passou a criticar abertamente figuras do próprio grupo, entre elas o deputado federal Nikolas Ferreira, com quem mantém uma rivalidade crescente.

O atrito com Nikolas ganhou força após Eduardo reclamar da falta de apoio durante o episódio da tornozeleira eletrônica imposta ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele também se mostrou incomodado com o silêncio do colega mineiro sobre o tarifaço anunciado pelos Estados Unidos contra o Brasil, que afetou diretamente a pauta econômica bolsonarista. Segundo aliados de Eduardo, no entanto, não há conflito direto entre os dois e o parlamentar “não terceiriza ataques”.

Apesar dessa alegação, há quem diga o contrário nos bastidores. Paulo Figueiredo, aliado próximo de Eduardo, tem sido apontado como porta-voz informal do deputado nas redes sociais. Com um tom mais agressivo, ele tem protagonizado críticas a desafetos do parlamentar, incluindo senadores bolsonaristas e o próprio Nikolas.

Um exemplo dessa atuação foi um vídeo em que Figueiredo chamou os senadores Tereza Cristina (PP-MS) e Marcos Pontes (PL-SP) de “traidores”, após ambos tentarem negociar com o governo americano sobre o aumento das tarifas. No conteúdo, ele sugere que Eduardo publique uma nota pública contra os senadores. O deputado repostou o vídeo e, pouco depois, divulgou a nota, sem repetir o termo “traidores”, mas desautorizando a dupla a falar em nome do bolsonarismo.

A mesma tática se repetiu com Nikolas. Após o tarifaço, Figueiredo ironizou o silêncio do mineiro, escrevendo: “Alguém avisa o Nikolas sobre as ações? Acho que ele não está sabendo”. O filho de Bolsonaro endossou o comentário nas redes, em mais um capítulo do distanciamento entre os dois parlamentares.

A rivalidade, no entanto, não é recente. Eduardo demonstra desconforto desde 2022, quando Nikolas foi o deputado federal mais votado do país. Em São Paulo, o “bananinha” ficou atrás até mesmo de Carla Zambelli (PL) e do opositor Guilherme Boulos (PSOL). A diferença de desempenho nas urnas gerou incômodo nos bastidores e teria sido o ponto de partida para o afastamento.