Eduardo Bolsonaro e as Patrícias. Por Moisés Mendes

Atualizado em 12 de fevereiro de 2020 às 11:47

Publicado originalmente no blog do autor

A Folha vai ficar só na manifestação de indignação com o ataque de Eduardo Bolsonaro à jornalista Patrícia Campos Mello?

A Folha já desmentiu o sujeito que acusou Patrícia de ter se insinuado sexualmente para obter informações sobre a disseminação de mentiras na campanha de 2018.

O acusador é Hans River do Rio Nascimento, que trabalhou para a Yacows, de marketing digital, denunciou a empresa e depois se arrependeu.

Eduardo Bolsonaro pegou carona na história do sujeito, contada na CPMI das Fake News, e reforçou a acusação contra Patrícia.

E o que a Folha pode fazer, além de lamentar a acusação contra a sua jornalista? Pode retomar uma informação abandonada pela própria Folha sobre um processo em que Eduardo Bolsonaro era acusado de ameaçar de morte uma ex-namorada.

O processo dormiu numa gaveta da Justiça em Brasília, até ser arquivado no ano passado. Por que foi arquivado?

Por acaso, a mulher que se dizia ameaçada também é jornalista. Por acaso, também é Patrícia.

A Patrícia de Lelis, a ex-namorada cercada e massacrada pelos bolsonaristas, não tinha o poder da Patrícia da Folha.