
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) não participou da sessão da Câmara que aprovou o requerimento de urgência do Projeto de Lei da Anistia, proposta que pode beneficiar seu pai, Jair Bolsonaro, e outros condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. O parlamentar está foragido nos Estados Unidos desde fevereiro, mas poderia ter participado da votação de forma remota. Ele alegou, em redes sociais, problemas técnicos na plataforma da Casa.
“Hoje, como líder da minoria, sigo tendo o mesmo problema e, assim, não consigo votar a favor do requerimento de urgência da anistia. Porém, deixo aqui manifestado meu voto, bem como enviarei ofício formal comunicando o presidente da Câmara, Hugo Motta”, escreveu Eduardo.
O deputado ficou 120 dias licenciado para “tratamento de saúde”. Após o fim da licença, ele já acumula 23 faltas em sessões apenas neste ano. Pela Constituição, parlamentares podem ter o mandato cassado se faltarem a mais de um terço das sessões ordinárias, salvo em casos de licença autorizada ou missão oficial.
Há semanas tento registrar presença, algo permitido a todos os deputados quando ocorre sessão com presença virtual, exceto a mim. Tenho enviado ofícios cientificando a Mesa em todas essas oportunidades.
Hoje, como líder da minoria, sigo tendo o mesmo problema e, assim, não… pic.twitter.com/WnruxZTu9j
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) September 18, 2025
Nas últimas semanas, os Bolsonaro intensificaram a campanha pela aprovação do projeto, especialmente após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado.
Na terça-feira (16), o PL nomeou Eduardo como novo líder da minoria na Câmara. Ele substitui a deputada Caroline de Toni (PL-SC), que anunciou sua saída do cargo em publicação nas redes sociais e confirmou a indicação do colega.
Nos bastidores, a escolha é interpretada como uma forma de blindar Eduardo de eventuais questionamentos por quebra de decoro devido às ausências. Como líder de bancada, o deputado ganha mais espaço político e institucional para justificar sua atuação, mesmo permanecendo fora do país.