Eduardo Bolsonaro (PL-SP) intensificou sua postura radical e passou a atacar aliados dentro do próprio campo bolsonarista. Afastado da Câmara desde o início do ano, o deputado orienta ataques ao colega Nikolas Ferreira (PL-MG) e tenta impedir que senadores negociem o tarifaço imposto por Donald Trump ao Brasil, previsto para entrar em vigor em 1º de agosto. Com informações do UOL.
O filho “03” de Jair Bolsonaro (PL), aparentemente, se considera o único autorizado a tratar da sobretaxa com os Estados Unidos, assumindo para si o papel de “substituto do Itamaraty”.
Ele desautorizou publicamente a missão de oito senadores brasileiros, incluindo os ex-ministros de Bolsonaro Tereza Cristina (Agricultura) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), que embarcaram para os EUA para reuniões com congressistas e entidades do setor produtivo. A iniciativa, segundo ele, seria um “gesto de desrespeito” ao ex-presidente americano.
Além de tentar minar a missão oficial, Eduardo voltou sua artilharia contra Nikolas Ferreira. O “bananinha” reclamou da falta de apoio no episódio da tornozeleira eletrônica imposta a Bolsonaro e cobrou um posicionamento mais firme de Nikolas sobre o tarifaço.
Centrão e Agro
Líderes do Centrão passaram a ignorar Eduardo. O presidente de um partido do bloco reagiu com desdém ao ser questionado sobre o deputado: “Vamos falar de gente séria”.
Outro dirigente afirmou que o projeto presidencial de Eduardo fracassou por causa da crise com os EUA: “Ele parou de ser levado a sério”. Parlamentares afirmam que sua atuação contribuiu diretamente para o agravamento das sanções e o desgaste internacional.
O agronegócio também está insatisfeito. Deputados da bancada ruralista dizem que Eduardo está apenas atrapalhando e acusam o deputado de colocar empregos e negócios em risco ao tentar blindar Bolsonaro, em troca do prejuízo ao setor produtivo.
Até dentro do PL há insatisfação. Parlamentares avaliam que, por causa do deputado, o partido passou a ser visto como força contrária ao país, agindo em nome de um acordo informal que evitaria a condenação de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).
Nos corredores do Congresso, há quem diga que Eduardo Bolsonaro já não é mais “candidato ao Planalto, e sim à cadeia”.