Eduardo Bolsonaro pede a cabeça de Moraes e diz querer “sangue”: “sem conceções” (sic)

Atualizado em 12 de julho de 2025 às 16:48
Eduardo Bolsonaro

Eduardo Bolsonaro voltou a gravar um vídeo com ameaças e chantagens aos brasileiros após o tarifaço de Trump, pedindo a cabeça de Alexandre de Moraes em troca do “fim da perseguição” a seu pai.

O fugitivo, que vive nos EUA com R$ 2 milhões enviados por Jair, fora o salário de deputado, pede aos otários que esqueçam “conquistas materiais”.

Termina com uma coação entupida num erro de português: “Não haverá conceções (sic). Estou disposto a ir até as últimas consequências em nome desse ideal que chamamos de liberdade. Se não salvarmos o Brasil, ao menos o vingaremos!” Usa uma frase atribuída a Thomas Jefferson: “A árvore da liberdade deve ser regada de quando em quando com o sangue dos patriotas e dos tiranos. É o seu adubo natural.”

Com vocês, o traidor da pátria:

“Os covardes morrem várias vezes antes da sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez” (William Shakespeare)

Sei que muitos estão com medo. Sei que os desafios que se apresentam diante de nossa nação são imensos e perigosos. Sei que sacrifício e dor serão tributos cobrados no altar da liberdade, mas, também, sei que não são nos momentos fáceis ou de prazer que o caráter e a convicção de um homem são testados, mas sim naqueles momentos em que a vida propõe um desafio, em que o abismo está diante de nós, que devemos responder sem medo. Sei que a atmosfera de medo é característica de um Estado de Exceção, onde o regime totalitário avança impiedosamente sobre as vidas humanas. Mas faço um apelo aos meus irmãos, brasileiros, não sucumbam ao desespero. Lembrem-se:

“Um homem não cede quando o universo se volta contra ele; ele cede quando seu próprio coração se volta contra ele. Nós nos rendemos, não quando as circunstâncias são miseráveis, nas quando somos miseráveis.” (Chesterton)

Sempre tive como truísmo elementar que a vida era um milagre extravagante de Deus, mas que estava igualmente repleta de extraordinários perigos. A superabundância da vida moderna criou a ilusão de segurança e tranquilidade. Isso é irreal, a vida é luta e suor, não prazer e segurança. Passamos tanto tempo distraídos com nossas pequenas satisfações e conquistas materiais que esquecemos todos os extraordinários desafios da vida. O verdadeiro triunfo não está no conformismo de uma vida repleta de satisfação, mas sim na coragem de lutar incansavelmente, mesmo quando tudo parece perdido.

Não serei hipócrita. Teremos tempos difíceis pela frente. Os desafios serão imensos e muitos sofrerão. Todos nós teremos uma árdua e penosa batalha pela liberdade. Mas um homem não pode sucumbir perante o desespero e o medo, não! Hoje, meus irmãos, sinto ecoar no meu coração e na minha alma as palavras de Thomas Jefferson:

“A árvore da liberdade deve ser regada de quando em quando com o sangue dos patriotas e dos tiranos. É o seu adubo natural.”

Eu renunciai a toda uma vida no Brasil para ter os meios de ação que me permitam lutar contra o regime sanguinário que está jogando velhinhas na prisão e matando pais de família nos calabouços de tortura política dos tiranos que tomaram o país. Fiz um compromisso com Deus, de que estaria disposto a abdicar de tudo para me insurgir contra essa nefasta tirania. Convoco, meus irmãos, todos os homens de honra e coragem a ombrear comigo nessa batalha. Não cederemos. Não há espaço para complacência ou para covardia. Chegou a hora verdadeira, que separará os homens dos covardes. Só há um acordo possível, a soltura de todos os presos políticos, o fim de toda perseguição e a saída do mais desprezível tirano que já passou por nossa república, Alexandre de Moraes. Não haverá meio termo. Não haverá conceções (sic). Estou disposto a ir até as últimas consequências em nome desse ideal que chamamos de liberdade. Se não salvarmos o Brasil, ao menos o vingaremos! Que Deus nos proteja.

Kiko Nogueira
Diretor do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.