Eduardo Bolsonaro recua e diz que teve “boa e longa conversa” com Tarcísio

Atualizado em 16 de julho de 2025 às 16:10
Eduardo Bolsonaro ao lado de Tarcísio de Freitas. Foto: Divulgação

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta quarta-feira (16) que teve uma “boa e longa conversa” com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), após uma série de críticas públicas contra o mandatário. Segundo ele, o diálogo permitiu o reconhecimento de que ambos atuam em prol do interesse nacional, mesmo com “visões de mundo diferentes”.

“De lado a lado foram expostos pontos de vista e a conclusão de que ambos atuam na melhor das intenções do interesse dos brasileiros. Visões de mundo diferentes são normais e saudáveis, bem como esta comunicação direta. Vamos adiante debater o que interessa”, escreveu Eduardo em sua conta no X (antigo Twitter).

A aproximação ocorre depois de dois dias de ataques contundentes feitos por Eduardo contra Tarcísio, especialmente após o governador iniciar tratativas com o governo dos Estados Unidos para tentar reverter as tarifas de 50% impostas sobre produtos brasileiros. A medida, anunciada por Trump, pode causar impacto significativo na economia paulista.

Na terça-feira (15), o ex-presidente Jair Bolsonaro declarou ter interferido diretamente para acalmar os ânimos. Ele disse ter conversado com ambos para pacificar o clima. Apesar disso, Eduardo havia publicado mensagens duras contra o governador, acusando-o de “subserviência” e ignorância em relação aos interesses da indústria nacional.

“Prezado governador Tarcísio, se você estivesse olhando para qualquer parte da nossa indústria ou comércio estaria defendendo o fim do regime de exceção que irá destruir a economia brasileira e nossas liberdades. Mas como, para você, a subserviência servil às elites é sinônimo de defender os interesses nacionais, não espero que entenda”, postou o deputado licenciado.

Em entrevista à “Folha de S.Paulo” na segunda-feira (14), Eduardo já havia classificado como “desrespeito” as iniciativas diplomáticas do governador. Segundo ele, o foco deveria ser pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF), em especial o ministro Alexandre de Moraes, por supostas perseguições políticas.

No dia seguinte, diante da repercussão negativa, Eduardo buscou amenizar o tom. “Perseguição política tem custo econômico e isso independe de mim. Estudem a história”, publicou, também nas redes sociais. Apesar do recuo, voltou a atacar em outra postagem: “Soltem os presos políticos (anistia ampla, geral e irrestrita) que isso começa a acabar. Simples.”