Eduardo Bolsonaro rejeita “PL da Dosimetria” e ataca Aécio, Temer e Paulinho

Atualizado em 19 de setembro de 2025 às 14:52
O deputado federal Eduardo Bolsonaro. Foto: reprodução

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que fugiu para os Estados Unidos para tramar contra o Brasil, criticou os deputados Aécio Neves (PSDB-MG) e Paulinho da Força (Solidariedade-SP), além do ex-presidente Michel Temer (MDB), que enfraqueceram a o então “PL da Anistia”, transformando-a na “PL da Dosimetria”.

“O regime resgata das profundezas seus ‘pupets’, endividados com seus algozes, para servirem de porta-vozes da ‘moderação’. Não adiantará”, escreveu Eduardo no X nesta sexta-feira (19).

Em defesa do seu pai, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de 27 anos de prisão pela trama golpista, o parlamentar argumentou ainda que a anistia é “sobre fatos”, sem esclarecer quais são.

“PL da Dosimetria”

O deputado Paulinho da Força, relator do projeto, afirmou que pretende apresentar um relatório que não tratará de anistia ampla, mas sim de redução de penas. “O projeto de lei que teve urgência aprovada não se tratava mais da anistia. Nós estamos tentando mudar o nome do PL, é um ‘PL da Dosimetria’. Ou seja, estamos tratando de um projeto de lei para reduzir penas”, explicou em entrevista à rádio CBN.

A declaração foi dada após reunião com Michel Temer, Aécio Neves e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Segundo informações do G1, Motta participou remotamente e, durante o encontro, os parlamentares também conversaram por telefone com os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do STF.

O deputado Aécio Neves, o relator da anistia, Paulinho da Força, e o ex-presidente Michel Temer – Reprodução

De acordo com Paulinho da Força, o objetivo da proposta seria de “pacificar o país” e criar uma solução que contemple todos os envolvidos nos atos antidemocráticos, desde organizadores até financiadores e participantes. “Para pacificar o Brasil, todo mundo vai ter que ceder um pouco, inclusive o Supremo, que tomou uma decisão”, declarou o parlamentar.

Ele ressaltou que o alcance da redução de penas ainda será discutido. “Qual é o tamanho dessa dose que vamos reduzir? Se essa dose for de 27 anos, pode chegar a Bolsonaro. Agora, se não conseguirmos chegar a esse entendimento, o problema do Bolsonaro terá que ser tratado em outro campo, e não nesse PL”, afirmou.

Urgência aprovada pela Câmara

Na quarta-feira (17), a Câmara aprovou a urgência para a tramitação de um projeto de anistia aos condenados por atos golpistas. A aprovação da urgência significa que a matéria pode ser votada diretamente no plenário, sem passar pelas comissões.

O texto utilizado para viabilizar a urgência foi apresentado pelo deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ). Isso não garante, contudo, que será esse o texto final a ser votado. Caberá ao relator Paulinho da Força costurar um projeto que consiga apoio das bancadas e que atenda aos diferentes interesses políticos.

Segundo ele, a próxima semana será dedicada a negociações com lideranças da esquerda, da direita e do centro. A intenção é construir um relatório que seja viável politicamente e que avance no plenário. Até lá, o debate continuará girando em torno da abrangência da proposta: se deve incluir anistia ampla, restrita ou apenas redução de penas, como defende Paulinho.

Augusto de Sousa
Augusto de Sousa, 31 anos. É formado em jornalismo e atua como repórter do DCM desde de 2023. Andreense, apaixonado por futebol, frequentador assíduo de estádios e tem sempre um trocadilho de qualidade duvidosa na ponta da língua.