
Eduardo Bolsonaro apostou todas as fichas em Donald Trump. Apresentou-se como articulador nos Estados Unidos, vendeu a imagem de interlocutor privilegiado da Casa Branca e trabalhou ativamente para que o governo americano aplicasse sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, junto com o comparsa Paulo Figueiredo.
O desfecho foi o oposto do que prometia: Washington retirou Moraes e sua esposa Viviane Barci da lista da Lei Magnitsky nesta sexta (12), desmontando, de uma vez, a principal vitrine internacional do deputado fujão.
O recado foi claro. Trump não deve nada a Eduardo Bolsonaro, nem à família que ele tenta representar no exterior. Para o presidente dos EUA, Jair Bolsonaro foi condenado, está preso e não tem utilidade para ele. Isso basta. A retirada das sanções não foi um gesto diplomático neutro; foi o descarte de um entulho e um aceno a quem de fato conta: o governo Lula.
Essa lógica ajuda a entender a forma como Trump enxerga o mundo. Ele divide pessoas, países e governos entre vencedores e perdedores. Lula é um ganhador e alguém que não se dobra. Eduardo, um fracassado que vive lhe lambendo as bolas, é lixo descartável.
Não há espaço para empatia, contexto ou solidariedade, nem entre eventuais membros de sua gangue. Essa visão nasce da própria biografia. Trump teve sucesso desde o berço. Nasceu rico, nunca precisou trabalhar e raramente arcou com as consequências de seus fracassos empresariais, incluindo múltiplas falências.
PUBLIC STATEMENT
We received with regret the news of the most recent decision announced by the U.S. government. We are grateful for the support President Trump demonstrated throughout this process and for the attention he gave to the serious crisis of freedoms affecting Brazil.… pic.twitter.com/Yq5FpLGRK5
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) December 12, 2025
Quando devia, caloteava; quando era cobrado, intimidava; quando encurralado, arrastava disputas na Justiça até esgotar o adversário.
Mesmo quando seus negócios ruíram, Trump manteve intacto o valor da marca pessoal. Passou a vender o próprio nome em empreendimentos fracassados como Trump Steaks e Trump University, sem sofrer dano político relevante. Para ele, o espetáculo da vitória sempre importou mais do que resultados concretos.
Diante de vítimas de furacões, Trump demonstrou mais fascínio pela dimensão da tragédia do que preocupação com quem havia perdido tudo. Quando autoridades locais pediram ajuda, ele reagiu atacando, acusando inimigos e reclamando do custo da reconstrução.
Trump não pensa em políticas públicas para evitar novas tragédias. Ele olha para o desastre e vê fracasso.
Eduardo Bolsonaro é um desastre. Ao tentar se apresentar como aliado de Trump, esqueceu que o presidente americano só respeita quem vence. No mundo de Trump, não existe lealdade para derrotados. Existe apenas desprezo.
