Eduardo Bolsonaro veste a carapuça após ser chamado de maluco por âncora da Band

Atualizado em 2 de agosto de 2025 às 15:07
Eduardo Bolsonaro, que fugiu para os EUA. Foto: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados

O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reagiu com agressividade ao comentário feito pelo jornalista Eduardo Oinegue durante a edição de sexta-feira (1º) do Jornal da Band. O âncora criticou o papel do parlamentar na articulação internacional contra o Brasil, incluindo as sanções impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao ministro Alexandre de Moraes (STF) e o tarifaço sobre produtos brasileiros.

No telejornal, Oinegue afirmou que “já está mais do que provado que tem brasileiro trabalhando contra os interesses do Brasil” e citou diretamente Eduardo Bolsonaro como um dos responsáveis por essa campanha. “Ele fugiu do Brasil e está se comportando de maneira antipatriótica”, disse o jornalista. Em tom crítico e irônico, Oinegue comparou o deputado ao personagem Menino Maluquinho, sugerindo que ele procurasse ajuda profissional.

A resposta de Eduardo Bolsonaro veio nas redes sociais, onde acusou Oinegue de estar “contaminado por ponerologia”, termo obscuro associado a teorias pseudo-psicológicas sobre regimes totalitários. O deputado afirmou já ter buscado ajuda profissional, mas “para combater a tirania criminosa e cruel que você, cinicamente, finge não existir”. Em seguida, atacou o jornalista com frases como “há claros traços de psicopatia em sua personalidade”.

A polêmica ocorre em meio à crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos. Trump anunciou tarifas de até 50% contra exportações brasileiras e condicionou sua retirada à suspensão do julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, gesto interpretado por autoridades brasileiras como uma tentativa de ingerência estrangeira no Judiciário nacional. Eduardo Bolsonaro tem sido apontado como um dos interlocutores do governo Trump nessa ofensiva.

A escalada verbal entre o jornalista e o parlamentar evidencia o desgaste de imagem do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, que se encontra nos EUA desde o agravamento das investigações no Brasil. A reação à crítica sugere incômodo com o destaque negativo na imprensa e a crescente percepção pública de sua atuação como nociva aos interesses nacionais.