O deputado Eduardo Bolsonaro foi ao programa do Ratinho nesta sexta, 1/11, para mais uma entrevista chapa branca na qual tentou explicar as lambanças do PSL, o envolvimento do pai na morte de Marielle e a sua inacreditável sugestão pela volta da ditadura e do AI-5.
Estava a vontade, afinal Ratinho abriu as portas do SBT para tentar limpar a barra do carioca da gema que transferiu o título para São Paulo e obteve a maior votação do país, ainda que não tenha a menor ideia de onde possa ficar Sapopemba ou o Caxingui, para ficar só em dois exemplos.
Eduardo jogou baixo para comentar os protestos no Chile.
Desconsiderando que o presidente Sebatian Piñera pediu desculpas à população pela sua falta de sensibilidade social, solicitando inclusive a renúncia de seus ministros, classificou os manifestantes de “terroristas”.
Disse que as manifestações são obras orquestradas pela esquerda para tentar retomar o poder no cone Sul. E avisou que Bolsonaro está atento e que vai botar a polícia para agir em caso de algo parecido ocorrer no Brasil.
Ratinho seguiu no puxa-saquismo e perguntou sobre os motivos do deputado ter desistido da Embaixada dos EUA.
Zero Três então confidenciou que foi ouvir as bases.
“A imensa maioria dos meus eleitores é contra”, disse, anunciando que preferiu ficar no Brasil para organizar um movimento conservador consistente e que possa fazer frente aos militantes socialistas que, como “bactéria”, não vão sossegar enquanto não derrubarem Bolsonaro.
Insistiu que há um movimento no país pela desestabilização do governo e isentou o pai e o irmão Carlos de qualquer conexão com os milicianos, vizinhos da família no Rio, que assassinaram Marielle e o motorista Anderson.
“A gente não pode ser ingênuo”, disse o Zero Três. “A todo momento eles tentam construir uma narrativa para desestabilizar. Esse é mais um caso”. Ok, já que Ratinho concorda, vamos fingir que concordamos também.
Sobre o PSL, falou que existem três opções: ganhar a queda de braço com a ala bivarista e ficar, ingressar numa outra agremiação ou fundar um novo partido, “com forte teor conservador” e de direita.
Disse que foi mal interpretado ao referir-se ao AI-5.
Queiroz? Quem matou Marielle? Quem mandou matar? Casa 58? Quem atendeu o telefonema do porteiro? Volta da ditadura?
O Zero Três não precisou se preocupar com esses assuntos.
O combinado com Ratinho era outro: dar ao filho do presidente a chance de disfarçar as bobagens que fala todos os dias. Da mesma forma como já aconteceu com o pai e com Moro.
Missão dada, missão cumprida.
E os incomodados que mudem de canal.