Eduardo e Joice, o “bebê” e a “louca”: uma família disfuncional disfarçada de governo. Por Donato

Atualizado em 7 de dezembro de 2018 às 9:53
Joice Hasselmann e Eduardo Bolsonaro. Foto: Divulgação/Facebook

“Cresça”, disparou ela.

“Sua fama já não é das melhores. A continuar assim vai chegar com fama ainda maior de louca no Congresso”, rebateu ele.

Ela é Joice Hasselmann, ele é Eduardo Bolsonaro.

O diálogo acima foi travado num grupo de WhatsApp da bancada eleita do PSL. 

A altercação se deu (e pelo visto se dará por muito mais tempo) em razão da disputa da liderança do partido na Câmara dos Deputados.

Joice, ex-jornalista da Veja (o que explica muito a derrocada da Abril), teve uma votação expressiva e isso parece bastar para bater de frente até com o filho do patrão. Ela almeja ser a líder.

“Qual é o problema em eu ou qualquer outro deputado querer disputar a liderança??? O fato de termos um deputado que também é filho do nosso presidente (por quem trabalharei todos os dias) não nos exclui. Isso é democracia. Você é dentro do partido um parlamentar que fez votação estrondosa com o sobrenome que tem. Eu também fiz, sem sobrenome. Se quisermos ter 52 candidaturas podemos ter e decidimos no voto e no debate, não por recadinhos infantis via Twitter. Cresça”, escreveu ela, nesse tom aí.

Ele era um “marmanjo” que “age como bebê”.

“Salta aos olhos a intenção da Joice de ser líder, e assim como já demonstrou na época da campanha, ela atropela qualquer um que esteja à frente de seus objetivos (…) Vamos começar o ano já rachados com olhar de desconfiança e cheios de dúvidas”, foi o que ponderou o ‘zero três’ a respeito da ‘sem sobrenome’, em uma declaração para deixar qualquer cidadão apavorado. Se com todo o bate-cabeça que já ocorre hoje ele visualiza que ficará pior, estamos fritos.

Os ânimos estavam acirrados pois a conversa também girava em torno de uma possível votação de pauta bomba que contraria Bolsonaro e, caso aprovada, dificultar-lhe-á (como diria Temer) ainda mais.

Por isso os pesselistas entendem ser importante uma liderança forte daqui pra frente, de modo a não sofrerem mais do que já sofrerão devido a total e absoluta inexperiência. Nunca é demais lembrar que a ‘equipe’ formada por Bolsonaro é repleta de militares, jornalista, astronauta, pastor evangélico. 

Quase ninguém com nenhuma prática no campo das negociações políticas.

O traquejo e bons modos pode ser visto na troca mensagens entre os próprios correligionários.

Não te dei liberdade pessoal nenhuma, portanto, ponha-se no seu lugar (…) Se formos discutir a questão ‘fama’, a coisa vai longe. Então não envergonhe o que seu pai criou”, escreveu a jornalista. Paira alguma dúvida de que o pântano é extenso?

O PSL, se já não é um partido muito antigo nem tradicional, graças a Bolsonaro viu um grande número de alpinistas se aboletarem na legenda em busca de uma boquinha. 

Não há o menor senso de unidade e a sede de poder transformará o partido num ringue cheio de traíras inescrupulosos pior que o PSDB.