
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) é apontado como o líder político com a maior rejeição entre os entrevistados no estado de São Paulo, conforme os dados da pesquisa AtlasIntel divulgados nesta segunda-feira (8). O levantamento, realizado entre os dias 29 de agosto e 3 de setembro, revelou que 66% dos paulistas avaliam negativamente a imagem do deputado, enquanto apenas 29% o consideram positivamente.
A pesquisa, que ouviu 2.059 pessoas, mostrou que a rejeição a Eduardo é significativa, contrastando com a imagem positiva de outros políticos no estado, como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 59% de aprovação, e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que obteve avaliação mista, com 49% de aprovação e 49% de desaprovação.
Uma das principais polêmicas envolvendo o deputado ocorreu nas redes sociais, onde ele fez ameaças ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e sua família.
Em um vídeo exibido para apoiadores em manifestações da extrema-direita em Curitiba e Porto Alegre, Eduardo disparou: “Eu vou provar pro Alexandre de Moraes que ele encontrou um cara de saco roxo que vai acabar com essa brincadeirinha dele. Moraes, você, a sua mulher, e depois dela, que quem será sancionado serão seus filhos, eu vou atrás de cada um de vocês”.
Eduardo Bolsonaro disse que Alexandre de Moraes encontrou alguém com “saco roxo”, mas até hoje nunca vi o Xandão chorar debaixo de uma mesa como o bananinha fez. pic.twitter.com/JGTmenRwhi
— Julio Freiress 🇧🇷 (@JFreiress_) September 8, 2025
A declaração gerou ampla condenação, com críticos apontando a gravidade das ameaças feitas por um parlamentar com o poder de influenciar a opinião pública e a política nacional.
Além das ameaças, Eduardo Bolsonaro está no centro de uma investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) por suspeita de obstrução de Justiça. O deputado, juntamente com seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é acusado de ter agido para dificultar as apurações sobre a trama golpista de 8 de janeiro, que envolveu a tentativa de derrubar o resultado das eleições presidenciais de 2022.
Eduardo também é apontado como articulador de uma ofensiva internacional contra ministros do STF, buscando apoio do governo estadunidense de Donald Trump para impor sanções à Corte brasileira.
Além das controvérsias políticas, Eduardo Bolsonaro tem enfrentado dificuldades no exercício de seu mandato. O deputado, que vive nos Estados Unidos desde março de 2023, já acumula mais ausências do que presenças nas sessões da Câmara dos Deputados em 2025. Desde o fim de sua licença de 122 dias, em julho, ele não registrou presença nem voto, mesmo nas sessões em que a participação remota foi permitida.
Com 18 ausências não justificadas, o deputado perde quase 56% das sessões deliberativas realizadas desde então. Esses dados levantam questionamentos sobre seu compromisso com o cargo, já que a Constituição brasileira prevê a perda de mandato para parlamentares que se ausentem por mais de um terço das sessões sem justificativa.
Eduardo, por sua vez, justificou suas ausências alegando que está sendo “impedido de votar”, o que, segundo ele, seria diferente de faltar. Aliados do deputado afirmam que o sistema da Câmara estaria bloqueado, mas a informação não foi confirmada oficialmente pelo Legislativo.
Recentemente, Eduardo enviou um ofício ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pedindo autorização para exercer seu mandato do exterior, citando as sessões remotas adotadas durante a pandemia como precedente. No entanto, Motta se manifestou contra essa possibilidade, argumentando que não pode admitir um parlamentar atuando fora do país e defendendo medidas que, segundo ele, prejudicam a economia brasileira.