
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem afirmado a interlocutores que pretende se lançar candidato à presidência da República, com ou sem o apoio de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, a intenção é sair do PL e se filiar a um partido menor para disputar a sucessão de Lula.
Segundo a coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo, Eduardo está disposto a seguir adiante com a candidatura, mesmo que o pai decida apoiar outro nome, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), ou qualquer outro presidenciável.
Na visão de Eduardo e de alguns de seus apoiadores, políticos do Centrão estão tentando se apropriar do legado de Bolsonaro, levando-lhe informações e cenários distorcidos. Eles acreditam que a única maneira de melhorar a situação jurídica de Bolsonaro seria apoiar outro candidato, algo que Eduardo rejeita.
Até o momento, líderes do Centrão acreditavam que ele recuaria caso não conseguisse o apoio do pai, mas ele tem se mostrado firme em sua decisão. Há articulações para que o ex-presidente se manifeste contra a candidatura de Eduardo, inclusive desautorizando suas movimentações nos Estados Unidos.

No entanto, o deputado tem sido claro em suas conversas, afirmando que não se submeterá a essa pressão. A relação entre Eduardo e e o pai já foi marcada por divergências, como mostram diálogos obtidos pela Polícia Federal, onde o filho expressa opiniões contrárias ao pai, até mesmo com xingamentos.
A candidatura, no entanto, enfrenta grandes obstáculos. Ele foi denunciado por tentativa de coação no curso do processo, após trabalhar para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) com sanções contra ministros pelo julgamento da trama golpista. Caso seja condenado, Eduardo pode ser considerado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Esse processo deve ser concluído apenas no segundo semestre de 2026, permitindo que Eduardo continue sua campanha até lá, mesmo estando nos Estados Unidos. Apesar das complicações jurídicas, ele espera conseguir mobilizar o apoio de votos bolsonaristas e dividir a extrema-direita.