
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) convocou uma coletiva de imprensa para a próxima quarta-feira (17), em Washington, na capital dos Estados Unidos, quando deve confirmar seus próximos passos na política. Mais cedo, em entrevista ao Estadão publicada nesta segunda-feira (14), ele afirmou que não retornará ao Brasil e está disposto a renunciar ao mandato para continuar nos Estados Unidos.
“Por ora eu não volto. A minha data para voltar é quando Alexandre de Moraes não tiver mais força para me prender”, declarou o parlamentar, referindo-se ao ministro do STF. Eduardo afirmou que, caso precise abrir mão do mandato, continuará atuando nos EUA: “Se for o caso de perder o mandato, vou perder o mandato e continuar aqui. O trabalho que estou fazendo aqui é mais importante”.
A licença parlamentar de Eduardo expira no próximo domingo (20), quando completará quatro meses afastado. Caso não retorne, perderá automaticamente o mandato. O deputado justificou sua decisão alegando perseguição política: “No Brasil, o STF, quer dizer, Alexandre de Moraes, ia tentar colocar uma coleira em mim, tirar meu passaporte, me fazer de refém”.

Foto: Gage Skidmore/Wikimedia Commons
Na entrevista ao Estadão, Eduardo também fez ataques ao sistema judiciário brasileiro: “Se o Brasil estivesse vivendo uma normalidade democrática, em que o deputado pudesse falar, onde os deputados de direita pudessem ser iguais a um deputado de esquerda… Mas como não tem, eu tô me sacrificando, sacrificando o mandato, para levar adiante a esperança de liberdade”.
O deputado ainda mencionou especificamente o pedido de cassação protocolado pelo PT no STF no último domingo (13), que o acusa de atuar contra as instituições democráticas ao articular as tarifas de 50% impostas por Donald Trump.
“Os próprios impetrantes – Lindbergh e Rogério Correia – fizeram um vídeo dizendo que ‘se o Eduardo voltasse para o Brasil o Xandão ia pegar o passaporte dele'”, afirmou.
Questionado sobre a possibilidade de ser visto como “fujão”, Eduardo foi enfático: “Não, nenhuma [preocupação com a fama de fujão]. Eu tenho total segurança naquilo que estou fazendo”. Ele anunciou ainda um evento em Miami marcado para 26 de julho, reforçando seus planos de continuar atuando politicamente a partir do exterior.