
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou a aliados que a declaração pública de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, em defesa de seu pai, Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira (7), é apenas “a primeira de outras ações que virão”. Desde fevereiro, Eduardo mora nos Estados Unidos para coordenar esforços em defesa do ex-presidente e pressionar por sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em sua publicação, Trump declarou estar acompanhando a “caça às bruxas” contra Bolsonaro e afirmou que o julgamento do ex-presidente “deve ser nas urnas”. A manifestação foi celebrada por aliados de Bolsonaro, que atribuem o gesto ao trabalho de Eduardo e do economista Paulo Figueiredo Filho.
Eduardo Bolsonaro tem garantido a aliados que os EUA podem anunciar sanções contra Moraes ainda nesta semana. A promessa vem sendo repetida desde maio, mas até agora nenhuma medida concreta foi tomada. Durante reuniões nos EUA, integrantes do governo Trump pediram sigilo a Eduardo sobre as discussões em curso.
Fontes próximas à Casa Branca afirmam que vazamentos poderiam prejudicar a implementação das ações. Entre as punições em análise está a aplicação da Lei Magnitsky, um dos mecanismos mais severos do direito americano, que permitiria bloquear bens e proibir a entrada de Moraes nos EUA.

Diante da possibilidade de sanções, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acionou o Ministério das Relações Exteriores para tentar dissuadir o governo estadunidense. No entanto, os esforços diplomáticos não tiveram efeito imediato, e a proposta segue em avaliação em Washington.
Nesta segunda-feira (7), durante a Cúpula dos Brics, Lula criticou a postura de Trump, classificando-a como interferência na soberania brasileira.
“A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito”, afirmou.