Eduardo x Flávio: Delação de Cid revela racha no clã de Bolsonaro após a derrota nas eleições

Atualizado em 11 de novembro de 2023 às 8:55
A família Bolsonaro. Foto: reprodução

A delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens durante o governo Bolsonaro (PL), revelou os bastidores da profunda crise que assolou a família do ex-presidente após a derrota nas urnas para o presidente Lula (PT) em 2022. Segundo informações apuradas pelo repórter Aguirre Talento, do “UOL”, Cid expôs detalhes do “racha” e indicou membros-chave desse conflito familiar.

De acordo com a delação, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e a ex-primeira-dama Michelle foram apontados como integrantes de uma ala que instigava o ex-presidente a adotar medidas extremas, incluindo a possibilidade de um golpe. Cid revelou que essa grupo pressionava Jair Bolsonaro a contestar o resultado das eleições.

Além disso, o ex-ajudante de ordens identificou quem agia como “bombeiro” na tentativa de apaziguar a situação. Nesse contexto, destacou o papel do senador Flávio Bolsonaro e do ex-ministro da Casa Civil Ciro Nogueira como mediadores dessa crise.

O ex-presidente Jair Bolsonaro ao lado do ajudante de ordens Mauro Cid. Foto: reprodução

Segundo a delação de Cid, Flávio e Ciro defendiam a ideia de que Bolsonaro fizesse um discurso sobre o resultado das eleições, pedindo que os manifestantes pró-golpe deixassem as ruas. Ex-membros do governo corroboraram essa versão, revelando que o filho “01” buscava uma abordagem mais conciliadora, valorizando os votos recebidos e o legado de seu pai.

No entanto, os relatos indicam que Eduardo adotava uma postura oposta, estimulando o silêncio do derrotado nas urnas e apoiando bloqueios antidemocráticos e acampamentos em frente aos quartéis por parte dos apoiadores. O filho “03” também incentivava a disseminação de dúvidas sobre a legitimidade do resultado das eleições no eventual pronunciamento de Jair Bolsonaro.

O primeiro discurso do líder da extrema-direita ocorreu 45 horas após a derrotanas urnas, resultado de uma intensa ação de Flávio e Ciro Nogueira, que argumentaram a importância de uma manifestação pública. Na ocasião, Bolsonaro começou seu discurso agradecendo aos 58 milhões de votos que recebeu no segundo turno nas eleições.

No entanto, corroborou o sentimento golpista: “Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”.

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