A taxa de desemprego do Brasil se manteve em 5,6% no trimestre encerrado em agosto, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O índice repete o resultado de maio a julho e confirma o menor patamar da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012. No mesmo período de 2024, a taxa era de 6,6%.
O país registrou 6,08 milhões de pessoas em busca de colocação profissional, número inferior ao observado em dezembro de 2013 (6,1 milhões) e o menor de toda a série do IBGE. Há um ano, 7,13 milhões procuravam emprego no trimestre encerrado em agosto.
O total de ocupados chegou a 102,4 milhões, mantendo a taxa de ocupação da população em idade de trabalhar em 58,1%, também recorde. Esse resultado representa aumento de 555 mil pessoas em relação a maio e de 1,9 milhão frente ao mesmo período de 2024.
Segundo o analista da pesquisa, William Kratochwill, a redução da desocupação foi puxada pelas contratações temporárias na educação pública. “São trabalhadores sem carteira, com contratos de trabalho temporários”, afirmou.
Recorde de empregos com carteira assinada
O setor privado alcançou 52,6 milhões de empregados, maior nível da história. Entre eles, 39,1 milhões são celetistas, excluindo domésticos, número estável no trimestre, mas 3,3% superior ao do ano passado.
Já os trabalhadores sem carteira somaram 13,5 milhões, estáveis em relação ao trimestre anterior, mas 464 mil a menos em comparação com 2024. O setor público também cresceu: 12,9 milhões de pessoas empregadas, alta de 2,7% em um ano.
Aplicativo da Carteira de Trabalho Digital exibido em tela de smartphone ao lado de versão física do documento. Foto: Reprodução
Informalidade e trabalho autônomo
A taxa de informalidade foi de 38%, o equivalente a 38,9 milhões de trabalhadores. Embora o percentual tenha subido em relação a maio (37,8%), está abaixo do registrado no mesmo trimestre de 2024 (38,9%).
O avanço mais expressivo ocorreu entre os trabalhadores por conta própria sem CNPJ, que somaram 19,1 milhões — alta de 1,9% em relação a maio e de 2,9% frente ao ano anterior. “Isso é um sinal de que as pessoas estão apostando no trabalho autônomo, geralmente nas atividades de comércio e alimentação”, avaliou Kratochwill.
Salários em patamar recorde
A remuneração média habitual dos trabalhadores foi de R$ 3.488, a maior já registrada para o trimestre de junho a agosto. O valor supera em 3,3% o recorde anterior (R$ 3.377), atingido em 2024.
Já a massa de rendimento real habitual chegou a R$ 352,6 bilhões, também recorde, resultado de alta de 1,4% em relação a maio e de 5,9% na comparação anual.